Fim do parcelado sem juros? Setor de pagamentos irá propor novo produto ao Banco Central
As entidades do setor de pagamentos vão propor ao Banco Central um novo produto que possa desestimular o parcelamento sem juros no cartão de crédito. A reunião deve ocorrer nos últimos dias de março.
Sobre o novo produto, trata-se de um “crediário” que promete aumentar o número de parcelas em até 60 meses, adicionando os juros. A iniciativa vai ao encontro do pedido do BC, do ano passado, de reduzir o número de parcelas livres de taxas e, assim, diminuir a inadimplência da população.
- Quer receber insights de investimentos diretamente no seu WhatsApp? Entre na comunidade gratuita, clicando aqui.
Segundo o levantamento de janeiro de 2024 do Serasa, dívidas com o cartão de crédito são o maior vilão dos endividamentos da população. Ao todo são 72,07 milhões pessoas endividadas, sendo 29,37% dessas dividas oriundas de bancos e cartão de crédito.
Dessa forma, as entidades argumentam que não perderiam a grande parcela da população que utiliza o parcelado sem juros como forma de pagamento, caso a proposta do BC fosse adiante.
O novo parcelado com juros iria funcionar, de acordo com informações da Folha de S.Paulo, de maneira semelhante ao crediário das varejistas. Não se sabe ainda se esse novo produto alteraria o limite de crédito disponível nos cartões das entidades financeiras, mas o juro deve variar de pessoa para pessoa.
O setor de pagamentos tem buscado alternativas após a medida que limita as taxas dos juros do rotativo do cartão de crédito a 100% ao ano ser aprovada no final do ano passado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). As novas regras do rotativo entraram em vigor no início de janeiro deste ano.
A equipe do Money Times buscou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito (Abecs) e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) para entender melhor o posicionamento das entidades acerca do assunto. As instituições não retornaram até a publicação desta matéria.