Fim do ICMS para o leite em SP é o que fará funcionar o auxílio emergencial de R$ 150
O panorama do setor de leite a partir de abril alinharia produção mais apertada e preços começando a melhorar para os pecuaristas, desde que combinado com o já fraco consumo, e cujo efeito do auxílio emergencial esperado, de apenas R$ 150 para a maioria, era dúvida. Mas a eliminação do ICMS para o leite pasteurizado em São Paulo melhora o cenário.
“A dificuldade de escoamento é visível, tanto que a produção já vem caindo e os preços também, por isso o impacto deverá ser positivo”, avalia o analista setorial da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima, em alusão à decisão do governador João Doria.
A partir de 1º de abril estará zerado os 4,14% recolhidos pelas usinas de leite, junto à redução do ICMS para a carne e a alocação de R$ 100 milhões em empréstimos para pequenos comércios e serviços, pelo pacote do governo paulista de ajuda à economia nessa fase mais aguda da pandemia.
Os preços pagos ao produtor caíram 3,6% no acumulado de janeiro e fevereiro. A média nos 18 estados pesquisados pela Scot está em R$ 1,92/1,93 o litro.
Mesmo com oferta menor de leite no Sudeste e Sul, embora o pico de produção seja tradicionalmente em dezembro. Sazonalmente também não é um período de consumo alto.
A conta para o produtor, porém, foi mais salgada, porque a Scot registrou custos de produção mais elevados de 40% a 55%, dependendo do sistema empregado sobre o regime do volume de alimentos concentrados para os animais.
Pode haver uma possibilidade de estabilização nos preços recebidos pelos leiteiros em março, segundo o consultor, mas a melhora deverá vir mesmo de abril em diante.
Algumas regiões já começam a sentir a entressafra o mês que vem, que ficará mais homogênea a partir de maio, com a estiagem sobre os pastos.
A zerada do ICMS adiciona um fator positivo na cadeia leiteira.