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Fim do embandeiramento do combustível definiu o óbvio, qualidade é obrigação e loja de conveniência não é bônus

11 ago 2021, 16:01 - atualizado em 11 ago 2021, 16:11
BR Distribuidora BRDT3
Fim do combustível exclusivo de bandeira chegou junto com a venda direta de etanol aos postos (Imagem: Money Times/Vitória Fernandes)

O chefe da BR Distribuidora (BRDT3), Wilson Ferreira Jr., defende o embandeiramento dos postos, em entrevista nesta quarta (11), porque essas unidades garantiriam segurança e serviços adicionais, mas não explica por que é preciso cobrar a mais por isso pela gasolina ou etanol.

A qualidade do produto não é mais que obrigação – nem com as bandeiras, mas, sim, com a agência reguladora, a ANP, e indiretamente com a população -, e as lojas de conveniência, entre os oferecimentos extras citados por ele, comercializam seus produtos e não dão bônus aos consumidores de combustíveis.

Golpeada duas vezes, como a Raízen (RAIZ4) e a Ipiranga, a BR não poderá mais exigir que seus franqueados comprem combustíveis com sua marca. O dispositivo foi enfiado no pacote que elimina a exclusividade dessas e demais distribuidoras menores na entrega aos postos do etanol hidratado, de acordo com Medida Provisória (MP) assinada hoje.

Ambos pontos visam baratear os combustíveis aos consumidores.

Ainda que se admita que os postos sem bandeira apresentem mais problemas com adulteração de combustíveis ou mistura maior de etanol anidro à gasolina, está claro que não é isso que permite a venda de um combustível mais barato.

Os postos de marca – como os da BR, ex-Petrobras (PETR4), a maior rede brasileira -, carregam margens maiores e cobram acima também porque se aproveitam do imaginário coletivo de que todo agente “bandeira preta” lesa o consumidor.

E os impostos são os mesmos.

O problema, portanto, seria com a ANP, que tem por obrigação de fiscalizar todos os pontos de origem e destino, inclusive caminhões tanques. E tem mecanismos para isso.

Entre os dias 2 e 5 de agosto, a reguladora realizou a mais recente fiscalização em quase 1,5 centena de postos de combustíveis em 11 estados.

Entre os autuados por irregularidades dos combustíveis certamente se encontram agentes de bandeira de redes (na lista oficial aparece a razão social de cada um, sem especificações).

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