Juros

Fim da Selic a 13,75%: Por que Banco Central pode cortar a taxa de juros em agosto

13 jun 2023, 13:39 - atualizado em 13 jun 2023, 13:39
Roberto Campos Neto, Selic
Aceno de Campos Neto de que inflação dá sinais de melhora anima apostas de cortes na Selic para os próximos meses. (Imagem: Marcos Oliveira / Agência Senado)

Os dias da Selic a 13,75% ao ano estão com os dias contados. Ontem, em evento do setor de varejo em São Paulo, Roberto Campos Neto destacou que a curva futura de juros tem apresentado queda relevante no país.

Com isso, o presidente do Banco Central indicou, sem especificar o momento, que haverá espaço para corte na taxa básica de juros no futuro. “A curva de juros futuros tem tido queda relevante. Isso significa que o mercado está dando credibilidade ao que está sendo feito, o que abre espaço para atuação de política monetária à frente”, disse.

As falas de Campos Neto vêm após resultados positivos do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio.

No mês passado, a inflação brasileiras desacelerou após subir 0,23%, ante a alta de 0,61% registrada em abril. O resultado veio bem abaixo da mediana projetada pelo mercado, de 0,33%. O indicador acumulada alta em 12 meses de +3,94%, de +4,18% no mês anterior. O resultado também ficou abaixo da mediana projetada, de +4,03%.

O presidente do BC ainda destacou que a sua expectativa, para junho, é de variação negativa da inflação. Para os meses seguintes, ele projeta que o IPCA subirá entre 0,4% e 0,5%, encerrando o ano em torno de 4,5%. Com isso, a inflação estará dentro do teto da meta para o ano, de 4,75%.

Corte adiantado na Selic

Até então, o mercado falava em um fim do período de manutenção da Selic em setembro. No entanto, com o aceno do Banco Central, as projeções estão sendo revistas.

“O mercado dá credibilidade ao que tem sido feito, abrindo espaço para uma atuação de política monetária à frente. A fala de Campos Neto reforça primeiro ajuste baixista da Taxa Selic em agosto”, afirma Rafael Passos, analista da Ajax Capital.

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a surpresa foi a afirmação de que a inflação de 2023 está entre 4% e 5%, próxima de 4,5%.

“O mercado, no Boletim Focus, segue bem distante desse número, ao passo que estimativas para as projeções condicionais da autoridade para a próxima reunião ainda estão acima de 5%. Em se verificando expressiva queda nas perspectivas de 2023, há um reflexo grande sobre 2024, aproximando muito o horizonte relevante para ‘ao redor da meta’”, disse.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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