Fim da isenção da tarifa social pode disparar inadimplência e atingir em cheio Equatorial, avalia XP
Um possível fim da isenção da tarifa social, que está vigor desde abril por conta da pandemia, pode disparar a inadimplência e afetar o setor elétrico, especialmente a Equatorial (EQTL3), que possui 25,1% de consumidores ligados ao programa, avalia a XP Investimentos.
“Nesse cenário, as distribuidoras que atuam nas regiões mais carentes do país no Norte e Nordeste seriam as mais negativamente impactadas, destacando-se Equatorial, Energisa (ENGI11) e Neoenergia (NEOE3)”, afirma a XP.
De acordo com o Valor Econômico, Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) enviou ofício ao Governo Federal pedindo extensão do benefício de 100% de isenção na tarifa social das contas de luz.
Porém, segundo a matéria, a equipe econômica do governo é contra a extensão do benefício. O assunto teria sido levantado em reunião entre executivos do setor elétrico e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
De acordo com a informação, a equipe econômica estaria focada em garantir a extensão do auxílio emergencial.
Para a XP, um eventual fim da isenção de cobrança a usuários da Tarifa Social teria um efeito negativo imediato sobre o quadro de inadimplência das distribuidoras de energia, principalmente tendo em vista que o veto a cortes de fornecimento foi estendido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) até o final de julho.
“Neste momento, esperamos uma deterioração significativa dos indicadores de inadimplência e perdas não técnicas de distribuidoras muito expostas à essa classe de consumidores”, afirma.
Com isso, a XP prevê uma deterioração das ações da Equatorial Energia e mantém a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 20 por ação.
Conta Covid
Uma operação viabilizada pelo governo para conceder empréstimos a distribuidoras de energia devido aos impactos do coronavírus sobre o segmento atraiu adesão de 61 empresas, disse uma diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Os financiamentos, que serão concedidos por um grupo de bancos liderado pelo BNDES, poderiam alcançar um máximo de até cerca de 16 bilhões de reais se todas concessionárias aderissem ao mecanismo, que ganhou nome de “Conta-Covid”.
“A Aneel encerrou a etapa de adesão à Conta-Covid. Registramos o envio de 61 termos de adesão…o valor total requerido é de 14,8 bilhões de reais”, disse a diretora da Aneel Elisa Bastos, em publicação no Linkedin no domingo.
A Equatorial informou que todas as empresas acessarão recursos da Conta-Covid, no total de 1,29 bilhão de reais.