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Filiais próprias x Agentes Autônomos: qual modelo é mais seguro para o investidor?

18 mar 2017, 19:41 - atualizado em 18 mar 2019, 20:34
No Brasil, há corretoras que adotam um sistema parecido com o americano, o de filiais próprias

Não é de hoje que há casos graves no mercado financeiro de agentes autônomos envolvidos em escândalos provocando prejuízos a seus clientes. O mais recente estourou na semana passada com a BankRio, uma das maiores assessorias vinculadas ao grupo XP Investimentos. O ex-funcionário André Luiz da Motta teria dado prejuízo a clientes na ordem de aproximadamente R$20 milhões.

Segundo a própria BankRio, o assessor realizava atividades paralelas irregulares por meio de pessoa jurídica própria, fora do sistema financeiro. Ele levava investidores a comprar operações particulares e prometia rentabilidades elevadas. Não foi o que aconteceu e o desdobramento, infelizmente, não poderia ter sido pior.

O golpe preocupou não só as corretoras, mas também os investidores. Claro que não dá para generalizar. Há profissionais qualificados e sérios dentro do ecossistema da XP Investimentos e de outras corretoras que atuam no sistema financeiro com agentes autônomos.

No entanto, é preciso discutir o assunto de forma mais abrangente. Antes mesmo de escolher o investimento, é necessário conhecer a origem da corretora e como funciona o seu modelo para entender os seus riscos.

Em primeiro lugar, agentes autônomos muitas vezes trabalham com conflito de interesses, pois têm comissões por produtos e nem sempre oferecem as melhores opções para os clientes. É uma situação parecida com a dos bancos, na qual alguns profissionais oferecem opções de investimentos que acabam não sendo as mais indicadas para as pessoas.

Além disso, esse profissional não está diretamente ligado à corretora. A única coisa que mantém o vínculo entre os dois é um simples contrato e mesmo assim as cláusulas podem não responder muitas questões. É preciso saber bem o modelo ao abrir uma conta em uma corretora.

No Brasil, há corretoras que adotam um sistema parecido com o americano, o de filiais próprias. Diferente de agentes autônomos, o operador tem um contrato de trabalho com a empresa. É um funcionário, segue processos, faz os treinamentos. As ligações e ordens ficam registradas dentro do banco de dados, que passa por auditorias. É claro que boa parte dos autônomos fazem treinamentos e contam com os registros necessários, mas o diferencial aqui é a minimização dos riscos. O controle é importante nesses casos.

Algumas corretoras adotam o modelo com operações próprias e com assessores vinculados diretamente à empresa. Entendemos que os riscos para a nossa imagem, algo fundamental no ambiente de investimentos, é menor desta forma.  Há mais qualidade para o cliente.

Por último, faço uma ressalva importante para o investidor. Procure sempre pesquisar sobre uma casa de investimentos antes de colocar o seu dinheiro. Veja se não existem problemas que atrapalhem a credibilidade e procure saber se o negócio está devidamente registrado nos órgãos reguladores como Banco Central e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Seu dinheiro é o seu patrimônio.

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