Fila de navios cresce com atraso da colheita de soja no Brasil
Os atrasos na colheita da soja no Brasil causam uma das maiores filas de navios à espera de carregamento nos portos do país, o maior exportador mundial da oleaginosa.
O Brasil deve embarcar 3,2 milhões de toneladas neste mês, abaixo da previsão anterior de 6,5 milhões de toneladas, de acordo com a MD Commodities, com sede em Chicago. Chuvas persistentes durante o período de colheita, após atrasos na semeadura, têm atrasado a entrega de soja nos portos.
Apenas 8% de uma programação total de embarques de 15,9 milhões de toneladas haviam sido embarcadas até 15 de fevereiro, segundo dados de line-up compilados pela MD. O restante dos navios ainda estava sendo carregado, à espera de carregamento ou previsto para atracar nos portos brasileiros.
Esse é “um dos maiores ‘line-ups’ já vistos”, disse por telefone Pedro Dejneka, sócio da MD Commodities. “Se a colheita não acelerar nos próximos dias, as exportações podem até ficar abaixo de 3 milhões de toneladas neste mês.”
Na quarta-feira, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) disse que as os embarcadores podem não cumprir a programação de embarques, que prevê 7,6 milhões de toneladas somente em fevereiro.
Para a Anec, as exportações podem ficar abaixo desse volume, chegando a até 6 milhões de toneladas neste mês. Com o elevado número de navios aguardando carregamento, exportadores podem enfrentar custos com demurrage, ou o pagamento de multa de sobre-estadia de navios.
O ritmo da colheita no Centro-Oeste pode acelerar na próxima semana com menos chuvas e períodos de abertura de sol, de acordo com a Somar Meteorologia.
Para o ano todo, a MD Commodities projeta as exportações brasileiras em 87 milhões de toneladas, com os embarques atingindo recordes mensais de março a junho. Até setembro, quando a nova safra dos EUA chegar ao mercado, o Brasil pode embarcar cerca de 83 milhões de toneladas, disse Dejneka.