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Fiat reformula marca pela 5ª vez no Brasil para mudar percepção dos consumidores

22 jul 2020, 20:32 - atualizado em 22 jul 2020, 20:32
Fiat
Queremos ter uma marca com valor percebido que possa entregar tudo aquilo que o cliente de um produto de valor maior pode encontrar (Imagem:Reuters/Stephane Mahe)

A Fiat anunciou nesta quarta-feira uma reestruturação de sua marca no Brasil e na América Latina, tentando melhorar o valor da companhia e seus produtos perante o consumidor, em meio à crise diante de medidas de isolamento social contra a Cvod-19.

A reformulação da marca, a quinta desde o início das operações da empresa no fim da década de 1970 no país, é um esforço para que ela seja percebida como marca pop, disse o diretor comercial da Fiat no Brasil, Herlander Zola. “Ser pop é diferente de ser popular”, disse o executivo a jornalistas.

“Queremos ter uma marca com valor percebido que possa entregar tudo aquilo que o cliente de um produto de valor maior pode encontrar”, disse o executivo. “Queremos ter percepção de valor melhor e mais clientes.

Queremos ampliar nossa lucratividade e a rentabilidade de nossos concessionários”.

A estratégia é uma mudança sensível sobre o posicionamento da marca que chegou a vender na década de 1990 um modelo sem o retrovisor direito (Uno Mille) e que liderou vendas no país por 15 anos com veículos compactos até ser superada depois por General Motors e Volkswagen, que estão investindo nos mais rentáveis utilitários esportivos (SUV).

Segundo Zola, o foco da Fiat agora e nos próximos dois anos ficará sobre SUVs, ausentes ainda da linha da marca no Brasil. Junto com esta mudança, a empresa quer que toda sua rede de cerca de 500 concessionários no país passe por reformas para se adequar ao novo padrão visual da marca até o final de 2022.

A estratégia da montadora italiana vem se desenhando desde o lançamento da pick-up Toro, em 2016, modelo que chega a custar mais de 100 mil reais e que hoje lidera as vendas da categoria.

Nos planos para os próximos anos está o lançamento de duas SUVs, novos motores turbo e câmbio automátivo CVT.

“Hoje a Fiat compete em uma parcela relativamente pequena do mercado, cobrimos 65% do mercado brasileiro e com as SUVs passaremos a competir em um segmento que representa hoje cerca de 25% do mercado brasileiro e que é o único que cresce praticamente no mundo inteiro há alguns anos. Isso é fundamental para nós”, disse Zola.

O executivo não revelou valores a serem investidos na reformulação da marca, mas afirmou que a Fiat dará suporte financeiro aos concessionários, que terão que reformar as lojas seguindo os novos padrões da marca.

Mercado em Recuperação

O diretor comercial da Fiat também afirmou que as vendas de veículos novos no Brasil em julho até agora estão 25% maiores que as do mesmo período de junho, mês em que os licenciamentos de carros e comerciais leves mais que dobraram sobre abril.

Segundo o executivo, se este desempenho se mantiver até o final de julho, pode indicar que a recuperação do mercado após o impacto da pandemia no país está mais forte que a esperada.

“Se isso de fato se confirmar, abre a possibilidade de vislumbrarmos um cenário da indústria melhor do que vínhamos trabalhando, de 1,8 milhão de unidades para este ano”, disse.

Ele acrescentou que se esta recuperação mais acelerada se confirmar, a Fiat poderá antecipar investimentos no país que tiveram cronograma alterado em função da pandemia.

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