Fiagro é alternativa para diversificação do portfólio e garante isenção do Imposto de Renda
O crescimento das operações do agronegócio no mercado de capitais demonstra que, no médio prazo, o setor pode corresponder ao peso que merece nas carteiras de investimentos. Nos últimos 15 anos, o agro viveu uma evolução, que dificilmente foi vista em outras atividades.
O setor alcançou participação de 27,4% no PIB brasileiro, a maior desde 2004 (quando foi de 27,53%), conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). E a tendência é que nos próximos 15 haja uma evolução brutal do agro.
Todo este movimento chamou a atenção dos investidores para as aplicações ligadas ao agro. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que o volume de CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) emitidos mais que dobrou de janeiro a setembro de 2022 em comparação com o mesmo intervalo do ano passado, atingindo R$ 33,3 bilhões.
Já os Fiagros (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) acumulam um valor captado de R$ 4,8 bilhões. O volume parece pequeno, mas é representativo, dado que esta modalidade de fundo tem uma história muito recente.
O Fiagro é uma junção dos recursos de vários investidores para a aplicação em ativos de investimentos do agronegócio, sejam eles de natureza imobiliária rural ou de atividades relacionadas a produção do setor.
Cabendo ao administrador do fundo realizar a captação de recursos com os investidores por meio da venda de cotas. A nova classe de ativos é fundamental para garantir a diversificação do portfólio e vem acompanhada do benefício da isenção fiscal para os cotistas Pessoa Física.
A adesão do investidor pessoa física ao Fiagro tem sido muito expressiva, especialmente considerando que ele não poderia ter tido momento pior para o Fiagro entrar no mercado.
Afinal, no fim do ano passado teve crise do mercado imobiliário e uma comparação forte entre as duas classes de ativos, apesar de terem riscos muito diferentes. Isso fez com que enfrentasse um mercado muito adverso para fazer as primeiras captações, mas vemos uma indústria que agregou muitos CPFs ao longo deste ano.
Já são quase 100 mil investidores, mostrando um crescimento exponencialmente mês a mês. Dados do mais recente Boletim Mensal da B3 (B3SA3), que data de agosto, demonstram que o número de CPFs é três vezes maior que os 30,7 mil registrados no início deste ano.
Com praticamente um ano desde a sua regulamentação pela CVM 39, a B3 já registra 24 fundos e o número deve dobrar em pouco tempo, se considerarmos os mais de 20 Fiagros registrados na CVM em fase pré-operacional.
Os fundos são uma importante alternativa para aqueles que buscam diversificar sua carteira no longo prazo, mas também uma forma nova de captação para boas companhias com faturamento de até R$ 1 bilhão, consideradas pequenas para acessarem o mercado de capitais diretamente.
Assim, se tornam uma importante válvula de financiamento para o produtor de menor porte. A necessidade de capital para o setor do agronegócio aumentou muito com a alta dos juros e o Fiagro aparece como uma alternativa de crédito ajudando essa ponta do mercado a se desenvolver.
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