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Fiagro: A forma de escolha dos ativos é o que faz a diferença

12 dez 2022, 15:25 - atualizado em 12 dez 2022, 15:26

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Assim como o agronegócio é diversificado e cada cultura tem suas características, os Fiagros (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) exibem estratégias e composições diferentes.

Por este motivo, o investidor deve estar atento tanto à composição da carteira do fundo escolhido quanto a estratégia adotada pelo gestor, fatores essenciais que vão impactar na rentabilidade do Fiagro.

Como investimento de longo prazo, a estratégia mais interessante é a análise fundamentalista, que consiste em avaliar a empresa e sua geração de caixa de forma aprofundada.

Este tipo de análise permite que seja possível comprar o papel para segurá-lo até o fim, incorrendo em risco baixo de inadimplência. Afinal, ao fazer a análise fundamentalista, estamos buscando responder se o emissor tem capacidade de gerar fluxo de caixa o suficiente para o pagamento da dívida dentro do prazo acordado.

Mas, esta é somente a primeira pergunta e a avaliação não para por aí.

Passada esta primeira etapa e, ao verificarmos que o emissor do papel gera caixa para pagar a dívida através de sua própria atividade como produtor rural, passamos a simular possíveis cenários de stress que a empresa possa a vir passar.

Então, o analista irá observar questões que ameaçam a produtividade e a lucratividade da empresa, seja um revés climático ou choque de custos, como vimos recentemente com a alta dos insumos devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Outro fator observado é a questão do preço da produção. Será que a cultura do emissor vai se manter a determinado valor?

A próxima variável a ser observada é entender quais são as garantias do empréstimo concedido. Esta avaliação não é trivial. No caso de imóveis, é preciso verificar se o ele vale realmente o que o emissor acredita que valha.

E isso envolve também sua localização e a vizinhança, a questão logística etc. É muito mais difícil fazer este tipo de análise em uma fazenda no Mato Grosso, onde há uma série de particularidades, do que em um apartamento no Itaim Bibi, na capital paulista.

Para escolher os ativos que vão compor a carteira, o gestor precisa investir muito tempo, pois é o processo decisório que fará a diferença na rentabilidade e risco do fundo.

Ao mesmo tempo que o objetivo é dar um retorno acima do CDI no médio-longo prazo, é preciso observar o risco do emissor para evitar que haja o aumento do risco da carteira.

Isso só é possível com uma profunda análise da capacidade de pagamento. E, mesmo que haja a confiança de que aquela companhia pode pagar, é preciso se preparar para o pior cenário e, no pior cenário, estar cercado de boas garantias e, acima de tudo, garantias bem formalizadas é fundamental.

O processo de investimento é nossa garantia de rentabilidade e risco controlado. Assim como o gestor precisa demandar tempo e recursos para escolher bons ativos, o investidor também deve estar atento às diferenças entre os Fiagros e observar a política de investimentos dos fundos na hora de fazer sua escolha.

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