Ferrari, Porsche e Lamborghini ‘mais em conta’: Importadora traz carros ao Brasil; Tesla e sueco de R$ 20 milhões estão na lista
O mercado de carros superesportivos é para poucos. Ferrari, Lamborghini, Porsche e outras marcas — como a recém-chegada (e cobiçada) Tesla — são disputadas por um público relativamente pequeno, disposto a bancar milhões de reais em um automóvel.
No entanto, hoje, um consumidor interessado nesses carros tem possibilidades mais amplas de escolha, com um cardápio automotivo que vai além das fronteiras e que traz um preço competitivo. A façanha está na operação de empresas como a Toys for Boys, que começou como importadora de carros, aviões e barcos, para depois focar só no mercado das quatro rodas.
“Foram cerca de 80 vendas neste ano”, diz Fábio Amaja, CEO da empresa, em entrevista ao Money Times. O resultado é o melhor da companhia até o momento, mostrando forte expansão – e resiliência – em um período em que até grandes assets da Faria Lima têm tido dificuldade em competir com a taxa Selic e os “gordos” CDBs dos bancos para atrair capital dos clientes de alta renda, que parecem não titubear quando se trata de adquirir velozes e milionários ativos.
O ticket médio das vendas fica em algo entre R$ 2 milhões e R$ 2,5 milhões, diz Amaja, mostrando que o custo de oportunidade em relação aos investimentos pesa pouco para a clientela que busca um superesportivo.
Sobre os preços dos carros, o CEO não revela muitos detalhes, mas afirma que consegue ser “bem competitivo”. “Somos parceiros, mesmo sendo competidores”, diz, sobre a relação com os distribuidores oficiais. Após insistência da reportagem, disse que a compra de uma Ferrari 256 GTB, por exemplo, via importação, consegue abater até R$ 1 milhão se comparada a uma transação nas lojas locais.
E o portfólio de veículos oferecidos pela empresa vai longe. “Nosso acesso aos carros é global. Todo e qualquer carro que estiver em produção, seja contínua ou limitada, nós temos acesso para comprá-lo”, afirma Amaja. Ele diz que tem mais de 20 parceiros de exportação, na Europa e nos Estados Unidos. “Não tem limite, é o que o cliente quiser”, diz. É o caso do Koenigsseg Gemera (veja abaixo).
- Como a reforma tributária pode impactar os seus investimentos? Matheus Spiess explica os efeitos da aprovação da reforma e seus próximos desafios. Confira no Giro do Mercado desta segunda-feira clicando aqui e prepare sua carteira:
Empresa vai trazer superesportivo sueco de R$ 20 milhões
O Gemera, da Koenigsseg, fabricante sueca de superesportivos, terá apenas 300 unidades fabricadas — com uma rodando nas ruas do Brasil, depois que o carro for lançado, em 2025.
A Toys for Boys afirmou à reportagem que o carro deve sair por R$ 20 milhões. Amaja visitou a fábrica da Koenigsseg, em Ängelholm, na Suécia, para que o cliente pudesse conhecer a fábrica e testar carros da companhia.
“Voltamos lá no ano que vem para finalizar a configuração do carro. O cliente vai escolher tudo: cor externa, a roda, interior, os materiais… e tudo mais”, diz. O humilde modelo, de 2.300 cv, contará com um motor V8 5.0 biturbo, que vai trabalhar junto a um motor elétrico Dark Matter, de 800 cv.
Quanto sai um carro de US$ 10 mil na importação?
Amaja, que acaba angariando clientes em outra operação que possui, na loja GTO, que vende carros seminovos e colecionáveis, diz que a importação vale para modelos mais caros.
“Chega muita gente cotando um carro e o cliente não tem ideia de quanto custa a importação”, diz. Ele exemplifica com um carro de US$ 10 mil: “Um consumidor muitas vezes vê um carro de US$ 10 mil e acha que vai pagar R$ 50 mil. Na verdade, em um carro que é 100% movido a combustão, pagamos praticamente 120% de imposto, fora taxas portuárias e a nossa comissão. No fim das contas, um carro de 10 mil dólares virou um carro de R$ 130 mil no Brasil”, afirma. Ele afirma que a conta “começa a fechar”, ou seja, a valer a pena, com modelos mais caros.
O cobiçado carro elétrico criado pela empresa de Elon Musk é uma das opções “mais acessíveis” da Toys for Boys. “É um carro que só vem por importadores independentes, visto que a Tesla não tem operação no Brasil, e que acaba saindo por menos de R$ 500 mil”, diz Amaja, a exemplo do carro “de entrada” da Tesla, o model 3.