Fernando Haddad fala sobre Americanas (AMER3): ‘Obviamente preocupa’
O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou que o caso Americanas (AMER3) preocupa e está sendo monitorado pelo governo.
“A CVM está em cima disso, obviamente que a preocupação existe, sobretudo se envolver algum ato que não respeite a legislação brasileira, que seria uma coisa grave a ser considerada. Mas essas regras são apuradas pela CVM e é ela a autoridade competente para dar as respostas que os credores e a sociedade brasileira precisam nesse momento”, colocou.
Na última quarta-feira, a empresa anunciou a descoberta de um rombo contábil de pelo menos R$ 20 bilhões.
As declarações foram dadas no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, onde o ministro fala sobre as medidas econômicas do país a investidores estrangeiros.
Até o momento, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão ligado ao Governo Federal, abriu seis processos administrativos para investigar a divulgação pela Americanas de decisão judicial que a protege por 30 dias contra vencimento antecipado de dívidas, na última sexta-feira.
No dia seguinte, a autarquia já havia aberto dois processos para investigar a Americanas, um relativo à contabilidade da companhia e outro para tratar do anúncio do fato.
Outro processo corre em sigilo e a CVM não informa o teor da investigação nem os alvos.
Um quarto foi aberto na sexta-feira e também investigará a firma de auditoria independente PwC, a pedido da Abradin, associação que reúne minoritários de empresas de capital aberto.
Novas baixas da Americanas
A agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou novamente a nota de crédito da Americanas, de “CC” para “C”, em meio aos desdobramentos da última semana.
A Fitch já havia rebaixado o rating da Americanas na última sexta-feira (13), após serem detectadas inconsistências contábeis de aproximadamente R$ 20 bilhões no balanço da varejista.
Segundo a agência, no caso de a Americanas anunciar formalmente um plano de reestruturação, o rating cairá para “RD”, refletindo default restrito, ou “D” caso a empresa entre com pedido de recuperação judicial.
Em relatório, a agência reforça que a estrutura de capital da Americanas não é sustentável com a adição de R$ 20 bilhões em passivos.
Além da Fitch, a S&P rebaixou o rating da empresa. Moody’s não ficou para trás, tendo rebaixado a varejista de Ba2 para CAA3.
A atualização da Moody’s engloba o rating Corporate Family e notas seniores sem garantias de ativos reais (unsecured notes) lastreados pela JSM Global e B2W Digital, ambas avalizadas pela Americanas.
A Moody’s colocou ainda todos os ratings em revisão para posterior rebaixamento.