Feliz 2021! Para Safra, lucro do Itaú só crescerá no ano que vem
O Itaú Unibanco (ITUB4), definitivamente, não terá um ano fácil. A avaliação, que começa a se difundir entre analistas de várias instituições, foi engrossada pelo Banco Safra nesta quarta-feira (15). “Em nossa visão, lucros comprimidos podem ser o melhor dos cenários [para 2020]”, afirmam Luis Azevedo e Silvio Dória, que assinam a análise.
O Safra ressalta, contudo, que as atividades principais do Itaú continuarão “postando bons números” nos próximos meses. Para os analistas, os fatores que vão atrapalhar o banco não foram gerados por ele. São os casos dos impostos maiores, juros menores e o limite da cobrança de juros no cheque especial.
Como se sabe, o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou, com o endosso do Banco Central (BC), um teto de 8% ao mês (equivalente a 151,8% ao ano) para os juros cobrados de quem entra no cheque especial. Mesmo expressiva, a taxa é muito menor que os mais de 300% que vigoravam em novembro, quando a decisão foi anunciada.
“O cheque especial exerce um impacto negativo adicional sobre a última linha do banco”, afirma o Safra. Sem esperar muito do Itaú para 2020, os analistas já se voltam para 2021. Segundo eles, o ano que vem “deve ser um ano de números melhores”.
Freio
O relatório do Safra é resultado de um roadshow que o banco realizou com executivos do Itaú pelas cidades de São Paulo e Rio Janeiro. Além das expectativas para o ano, o documento informa também que, após fechar 400 agências em 2019, o Itaú deve desacelerar neste ano.
E acrescentam: “com uma base comparativa melhor, o Itaú deverá mostrar novamente elevação nos ganhos. Além disso, reforçamos que, em termos de NII [Net Interest Income – a receita gerada pelos juros], portfólio de empréstimos, provisões, tarifas e custos, acreditamos que o Itaú continuará a entregar bons números, como sempre.”
De qualquer modo, o Safra reitera sua recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para as ações do Itaú, com preço-alvo de R$ 39 – o que implica uma valorização de 13% sobre a cotação de referência.