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Felipe Miranda: Você é meu convidado; então será muito bem tratado, mas faça sua parte

10 jul 2019, 10:48 - atualizado em 10 jul 2019, 10:48
Colunista destaca conferência com investidor e lista prognósticos para mercados (Imagem: Empiricus)

Começo de forma diferente hoje — protocolos não são lá minha maior especialidade. Gostaria de fazer um convite para que você já bloqueie sua agenda.

Amanhã, às 8 horas (sim, vale a pena acordar cedo!), eu e Florian Bartunek conversaremos sobre investimentos, trajetória profissional no mercado financeiro e oportunidades de lucros no cenário atual.

Florian é um dos maiores investidores do Brasil, além de um dos mais educados, mais bem relacionados e eruditos também. Ah, claro, se não ficou claro: é um grande ganhador de dinheiro; no final do dia, esse é nosso jogo aqui, essa é a linguagem universal neste mundo.

É sempre um prazer poder aprender com ele — falo aqui na posição de aprendiz mesmo. Florian estará disponível para responder suas questões, caso você queira perguntar algo, numa valiosa interlocução. Aliás, aqui vai uma coisa potencialmente útil: poucas coisas são mais valiosas no mercado financeiro do que uma boa rede de contatos e uma boa interlocução. Isso multiplica enormemente seu acesso à informação, e informação boa não tem preço.

Os detalhes para participar desta Live serão oportunamente enviados ao seu e-mail, mas já fica aqui a ideia de reservar a data e o horário na sua agenda. Neste link, você consegue se inscrever.

Não é um bate-papo à toa. Além das referências supracitadas, Florian é conselheiro da Fundação Estudar, responsável pela formação de futuras lideranças transformadoras do Brasil, por meio de estímulo à experiência acadêmica de excelência e do apoio ao desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens. A ideia aqui é levantarmos recursos para a Fundação Estudar, com a sua participação, a sua contribuição para um país tão carente de líderes. A Estudar já tem um impacto formidável na vida de várias pessoas, com 673 jovens impactados por meio do programa Líderes Estudar, 50 mil jovens por meio de cursos presenciais e online e 20 milhões pela internet, por meio dos portais EstudarFora.org e NaPratica.org . Agora, você, leitor, pode contribuir com isso ativamente.

Todos poderão participar da Live. Mas, claro, seria muito bacana se você também pudesse fazer a sua parte, dando a contribuição cabível a você.

Muita gente adora reclamar da falta de boa educação no Brasil e da ausência de lideranças — agora há uma oportunidade de termos algum protagonismo e fazermos algo na prática em prol da mudança dessa realidade.

Como vivo também de meus próprios sonhos grandes, tenho como objetivo fazer a maior campanha de fundraising via YouTube já feita no Brasil, aqui na Empiricus , com meta de arrecadar mais de 100 mil reais para a Fundação Estudar.

Eu, Felipe, já sou um doador formal da fundação e estou me comprometendo aqui, antecipadamente, com uma nova doação no valor de 10 mil reais na Live de amanhã. A Empiricus se compromete em casar outros 10 mil. Assim, cumprimos já de imediato 20 por cento do objetivo. Se alcançarmos rapidamente a meta, vamos dobrá-la, porque vivemos um Day One todo dia. Atrás da minha mesa no escritório, há uma imagem do Mick Jagger, combinando a ambivalência de um roqueiro provocador com a condecoração de cavaleiro da Ordem do Império Britânico, cuja voz sopra em meus ouvidos: “I can’t get no satisfaction”.

Você é meu convidado para esta chance de aprendermos juntos, capturarmos boas ideias sobre investimentos e, também, fazermos a nossa parte.

Entrada devidamente servida, agora podemos ir para o prato principal de hoje.

Vamos lá. Se estamos falando de valiosa interlocução, abro aspas para os próprios assinantes, em duas mensagens recebidas entre ontem e segunda-feira.

“Oi Felipe! Espero que esteja bem.

Sou assinante do Palavra; não teria nenhum opção (literalmente, uma call) para surfar uma possível aprovação da previdência?

Acha que teria algum upside interessante no curtíssimo prazo?

Abraço,”

“Prezado Felipe, Boa noite!

Estou pensando em fazer a aplicação somente em uma ação para obter, num prazo de 30 dias, rendimento aproximado de 3% para resolver uma pendência e, depois, distribuir os 70.000,00 em outras ações. Pode me recomendar um dos ativos?”

Quando começo a receber esse tipo de mensagem, acende o sinal amarelo. Quase posso sentir os feromônios exalando pelos poros, denotando excesso de testosterona, arrojo e euforia. Principalmente, euforia. E isso não é bom, meu caro.

O consumo de MDMA libera serotonina, dopamina e noradrenalina além da quantidade razoável. Depois, nossa, é um terror. A ressaca é brutal. Você quer viver esse tipo de sensação eufórica? Eu não topo. Estou fora. Prefiro curtir a festa sem exageros. Prefiro o instinto selvagem com Michael Douglas só no cinema mesmo.

Respondendo às perguntas de forma objetiva, porque as dúvidas individuais podem ser também mais gerais:

1.  Não, não vejo uma call interessante para surfar a reforma da Previdência. O mercado é mais eficiente do que as pessoas pensam do ponto de vista informacional. O mundo pensou na ideia de comprar uma call para ganhar com a reforma e agora ficou tudo caro. Você estaria pagando mais do que deve por uma opção, e isso vai comer seus retornos. Além disso, a reforma, em grande medida, já foi embutida no preço. Se você comprar calls muito fora do dinheiro, provavelmente não vai exercê-la. Se comprar dentro do dinheiro, elas serão caras e basicamente terão retornos de ações. Surfe a previdência via ações e juros longos. Acima de tudo, e isso vale como um recado pétreo, não queira fazer o golaço. Malandro que é malandro demais se atrapalha. Tome muito, mas muito cuidado em querer dar um salto maior do que a perna. Veja o quanto as ações estão subindo — o book de ações da Carteira Empiricus sobe 40 por cento no ano (tudo publicado, medido e comprovado). Isso é praticamente um milagre. Entenda que ver seu portfólio rendendo dois dígitos no ano é pra lá de bom num cenário de Selic a 5 por cento.

2. Jamais invista em ações um dinheiro de que você vai precisar, muito menos com prazo definido. Aliás, isso foi o que quebrou meu pai — e, bicho, você não faz ideia da destruição familiar que isso causou. O dinheiro não entra pela porta, o amor voa pela janela. Bolsa é um instrumento de longo prazo, para aplicar o dinheiro que sobra, não o dinheiro do leite. Este deve ser aplicado em instrumentos de altíssima liquidez e sem volatilidade, como os fundos DI de taxa zero que você encontra por aí. Há uma espécie de Lei de Murphy inexorável na B3: se você aplicar em ações e precisar daquele dinheiro, esse será o dia em que o Ibovespa fará a mínima dos últimos dez anos.

Resumo da história: há, sim, que se posicionar para o reapreçamento positivo dos ativos brasileiros, já em curso e que, na minha opinião, deve se estender por meses (com tropeços grandes no meio do caminho, como sempre é). Mas isso precisa ser feito, necessariamente, com responsabilidade. Jamais adote uma estratégia que implique risco de ruína, por mais atrativa que ela possa oferecer. Você entraria num avião ultra-mega-super-rápido se ele oferecesse 5 por cento de chance de queda?

É disso que estamos falando. Vamos de 35 por cento em Bolsa e já está bom demais.

Três recados mais conjunturais na minha cabeça hoje:

A.  Talvez você tenha ouvido (ou lido) matérias sobre a feira Expert com grandes gestores brasileiros zerando sua posição em Bolsa norte-americana ou até mesmo abrindo um short (posição vendida) em S&P 500. Discordamos dessa posição aqui. Trump vai empurrar todo o S&P para se reeleger no ano que vem. Em meio a tiro, porrada e bomba, vai fechar todos os acordos possíveis. Lembre que, por lá, efeito riqueza é muito forte (a população investe fortemente em ações e se beneficia diretamente da alta de Wall Street, com aumento de patrimônio na veia). Balanços das empresas parecem ok e os números das companhias não devem decepcionar. Se o Fed abaixar mesmo os juros, todas as blue chips vão negociar a 30 vezes lucro com dividend yield na casa dos 2,5 por cento. Então, ainda teria uma alta de uns 10 por cento para pegar. Parece pouca coisa, mas é lote. Isso não implica, claro, que você não possa comprar puts (opções de venda) sobre S&P 500 como proteção — a volatilidade está amassada e você consegue comprar isso relativamente barato (não tããão barato, mas barato).

B. Em documento enviado ao Banco Central com a intenção de voltar ao controle do BTG, André Esteves aparece com 61,55 por cento das ações do capital da G7 Holding, justamente o veículo em que são agrupados os maiores sócios do banco. Famoso partnership em que manda quem pode, obedece quem tem juízo. Brincadeiras à parte, há uma mensagem interessante por trás aqui. Se Esteves volta ao controle do BTG, é porque parece definitivamente superado o risco de cauda. Mais do que isso, agora ele volta a atuar mais publicamente. Pode ser retomado outro nível de agressividade de BTG (aqui uso agressividade no sentido positivo, de arrojo, de criatividade, de voltar a fazer negócio, de talvez tocar algum M&A, de rentabilizar mais esse caixa). Isso pode justificar o growth embutido nas atuais cotações de BPAC11, que ainda me parecem geradoras de alfa aos preços atuais, veículo interessante para capturar todo processo de “financial deepening” da economia brasileira

C. Eu vinha falando da importância da sinalização que viria da oferta de ações da Tecnisa. Bom, a incorporadora anunciou o follow-on e seus papéis subiram 30 por cento na segunda. Não precisa falar muita coisa. Sinal inequívoco de bull market. E também de que você precisa ter um combo de incorporadoras. As empresas são boas? Claro que não. Algumas são lixos tóxicos! E isso é ótimo, porque, no bull market, é o lixo tóxico que comanda as altas mesmos. Ops, mas aprecie com moderação. Sempre com responsabilidade. Saiba que é alto risco, para por pouco dinheiro, num combo de ações de real estate.

 

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