Opinião

Felipe Miranda: V de Vingança – 90 mil pontos e contando!

06 nov 2018, 10:21 - atualizado em 06 nov 2018, 10:21

Por Felipe Miranda, CEO da Empiricus

Will: O que é isso? Um momento íntimo entre amigos? Bonito. Você tem tesão por cisnes? É um fetiche? Quer falar um pouco sobre isso?

Sean: Pensei no que me disse outro dia. Sobre meu quadro. Passei a metade da noite acordado, pensando. Até que me toquei de algo. Eu caí num sono profundo e não pensei mais em você. Sabe do que me toquei?

Will: Não.

Sean: Você é só um garoto, não sabe do que está falando.

Will: Ora, obrigado.

Sean: Tudo bem. Nunca saiu de Boston…

Will: Não.

Sean: Então, se eu perguntar sobre arte, vai me dizer tudo escrito sobre o tema. Michelangelo. Sabe muito sobre ele. Sua obra, aspirações políticas, ele e o papa, orientação sexual, tudo, certo? Mas aposto que não pode falar do cheiro da Capela Sistina. Nunca esteve lá mesmo, nem olhou aquele teto lindo. Nunca o viu.

Se eu perguntar sobre mulheres, talvez você me dê uma lista de suas favoritas. Já deve ter transado algumas vezes. Mas não sabe o que é acordar ao lado de uma mulher e se sentir realmente feliz.

É um garoto durão. Se eu perguntar sobre a guerra, talvez você cite Shakespeare, não? “Outra vez ao mar, amigos.” Mas não conhece a guerra. Nunca teve a cabeça do seu melhor amigo no colo e viu seu último suspiro, pedindo ajuda.

Se eu perguntar sobre amor, talvez me cite um soneto. Mas nunca olhou uma mulher e se sentiu vulnerável, nunca soube que alguém podia entendê-lo com o olhar. Como se Deus tivesse posto um anjo na Terra só para você, para salvá-lo do inferno. E sem saber como ser o anjo dela, como amá-la e apoiá-la para sempre, em tudo, como no câncer.

Não sabe o que é dormir sentado num hospital por dois meses segurando a mão dela, porque os médicos viam nos seus olhos que o “horário de visita” não bastava para você. Não sabe nada da perda, porque ela só acontece quando ama alguém mais do que a si próprio. Duvido que já tenha amado alguém assim.

Olho para você e não vejo um homem inteligente e confiante. Vejo um garoto convencido e assustado. Mas você é um gênio, Will. É inegável. Ninguém entenderia a sua complexidade. Mas acha que sabe tudo de mim porque viu um quadro meu. Disseca a porcaria da minha vida.

Você é órfão, não é? Acha que sei como sua vida tem sido difícil, como se sente, quem você é, porque eu li Oliver Twist? Você se resume a isso? Pessoalmente não dou a mínima pra isso, porque… quer saber? Não pode me ensinar nada que eu não leria num livro. A menos que você me conte sobre você, quem você é. Isso me fascinaria. Isso, sim. Mas não quer fazer isso, não é, amigo? Morre de medo do que eu poderia dizer. Você é quem sabe.”

Desculpe o tamanho da referência. É um trecho de “Gênio Indomável”. Vi de novo nesse fim de semana e me lembrei do quão profundo é esse diálogo. Sabe por que coloquei ele aqui? Explico…

Há dois tipos de conhecimento: o primeiro emana da teoria para a prática; o segundo faz o contrário. Somente o último pode ajudá-lo a ganhar dinheiro. Se você monta primeiro um modelo ou uma teoria sobre as coisas, vai tentar fazer a realidade caber nas suas próprias ideias, cortando suas pernas para fazê-las caber em sua própria Cama de Procusto.

Se sua visão de mundo, das coisas, das pessoas e dos mercados não representa bem a realidade, lamento decepcioná-lo, mas a culpa não é da realidade. Os mercados financeiros não pertencem aos acadêmicos, aos estudiosos, aos platônicos, aos cientificistas, mas, sim, aos praticantes. Você precisa participar, viver na pele mesmo em vez de ler nos livros, o que está acontecendo neste exato momento.

Talvez você tenha notado: ontem, o Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, bateu novo recorde histórico – o futuro do índice superou 90 mil pontos. Numa dessas sincronicidades ou talvez meras coincidências (vai saber!), lembrei da cantiga inglesa: “Remember, remember, the 5th of November”, uma referência à Conspiração da Pólvora, também chamada de Traição Jesuíta, uma tentativa de assassinato do Rei Jaime VI da Escócia e I da Inglaterra, por conta da insatisfação diante de direitos diferentes dados a católicos e protestantes. Como anedota histórica, dessa conspiração veio a máscara do Anonymous, em referência a Guy Fawkes, um dos ícones do movimento, posteriormente representada no filme “V de Vingança”.

Este é um momento de chamamento. Não apenas as ações estão batendo recordes históricos. Sinceramente, isso é o de menos. Tratamos do assunto várias e várias vezes aqui. O passado não se muda – carregamos isso dentro do peito com orgulho, mas já foi. Meu ponto é que se trata apenas do começo de um movimento brutal e de que você precisa, necessariamente, participar. Não é um papo teórico, platônico, abstrato. É a sua chance de ganhar dinheiro de verdade, sem conversinha fiada.

Vivemos o começo de um ciclo histórico de valorização das ações brasileiras, semelhante àquele observado em 2003-2007, como se a vida nos desse a chance de nos vingar pelos parcos retornos da Bolsa entre 2009-2015.

Não é à toa que hoje trazemos de volta o Bootcamp Empiricus Eleições: Versão 2.0, o maior sucesso da história da Empiricus. Convido você a participar comigo e com a brilhante Luciana Seabra todos os dias dessa guerrilha em direção a lucros no mercado de capitais. Retornos extraordinários exigem medidas extraordinárias e nós estamos aqui porque queremos levá-los até o seu bolso, de uma forma absolutamente prática e sistemática.

Por que eu acho esse momento realmente especial?

Os dois leitores assíduos desta newsletter talvez se lembrem da sustentação argumentativa apoiada fundamentalmente em três pilares de cunho macro e sistêmico:

i. a migração do pêndulo político da esquerda intervencionista para a direita liberal;

ii. o espaço para sólido crescimento econômico, amparado na reunião de juros baixos para os padrões históricos, inflação controlada, absurda ociosidade dos fatores de produção (tanto capital quanto trabalho), balanço de pagamentos em ordem e agenda de reformas fiscais capazes de dar à dívida pública brasileira uma trajetória convergente; e

iii. um ambiente internacional que, embora mais volátil e incerto, ainda não representa uma completa e definitiva interrupção do fluxo de recursos para mercados emergentes, com a liquidez global sendo reduzida de forma gradual e devidamente comunicada, os preços das commodities se mantendo em níveis atrativos e o mundo ainda crescendo razoavelmente bem.

A esses elementos, gostaria de juntar outros dois. O primeiro de cunho técnico: o fluxo gringo simplesmente não veio ainda. Ao contrário, esse cara está sacando “lote” de mercados emergentes (Brasil incluído), por conta de suas próprias mazelas (medo com guerra comercial entre EUA e China, temor com alta do juro nos EUA, preocupação com techs, fortes perdas na Ásia, etc.) e da espera por algo mais concreto vindo do governo de Jair Bolsonaro no sentido das reformas liberais e fiscais. O mercado é um grande teatro com uma porta pequena. Se alguém grita “fogo”, rola caos e pânico. Na hora que o estrangeiro realmente decidir entrar, o efeito nas cotações vai ser muito maior do que nossas cabeças lineares gostariam de supor a priori. Lembre-se: se o Brasil ocupa 0,5 por cento de uma alocação global e o gestor resolve aplicar apenas mais 0,5 por cento, não mudou muita coisa para ele, mas o fluxo para cá simplesmente dobra.

O outro fator é da esfera microeconômica: as margens de lucro estão muito comprimidas comparativamente ao padrão histórico. Num cenário assim, considerando os esforços em prol de redução de custos e despesas ao longo da crise e a melhora do resultado financeiro derivada da redução das taxas de juro, o impacto sobre os lucros corporativos de qualquer melhoria de receita é brutal. Estimulado por uma conversa muito inspiradora (se você quer aprender sobre algo, converse com pessoas melhores do que você) com o amigo e ídolo Florian Bartunek, formalizei o argumento na edição de amanhã do Palavra do Estrategista. Curto e grosso aqui: uma empresa representativa pode ampliar seus lucros em 200 por cento com muita facilidade somente a partir dessa redução de custos e despesas e melhora do resultado financeiro. E, sim, crescimento dos lucros é um driver fundamental para a evolução do preço das ações.

Eu preciso ser sincero com você. Neste momento, não acho que precise de ideias muito sofisticadas para ganhar dinheiro no mercado de capitais brasileiro. Tendo um mestrado em prêmio de risco, sempre penso muito na evolução dos ativos brasileiros como um grande vetor macro e sistêmico. Você não necessita pagar as indicações da Empiricus para ganhar dinheiro agora. É capaz de fazer isso sozinho, contanto que se disponha, de fato, a ser um praticante desse negócio.

Basta comprar empresas de qualidade com crescimento dos lucros por ação no longo prazo, ou mesmo adquirir BOVA11 ou algum ETF de small caps, combinado a posições em juros de longo prazo, sejam eles reais ou nominais.

Agora, existe uma diferença entre ganhar dinheiro e ganhar muito dinheiro. E é com isso em mente que relançamos hoje a imersão Bootcamp Empiricus.

No meio do caminho, haverá várias tentações. Seremos assustados pelo temor da guerra comercial lá fora, pela subida dos juros nos EUA, pelas notícias de que Jair Bolsonaro e Paulo Guedes não estão tão sintonizados, pelas capas da Folha e por um monte de outras coisas.

Hoje mesmo esse pessimismo ameaça contagiar os mercados. “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam”.

Aqueles que não caírem nas tentações estarão, ao fim do processo, deitados em verdes pastos, guiados mansamente a águas tranquilas. Serão recordes atrás de recordes – claro, com volatilidade. Depois, os 90 mil pontos parecerão um ponto de entrada óbvio. “Era tão evidente o quanto a Bolsa estava barata.” Depois que acontece, é sempre óbvio. Você está sendo chamado a participar disso com antecedência. Depois, poderá ser tarde demais – e isso será bastante triste.

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