Empiricus Research

Felipe Miranda: Uma boa hora para comprar ativos geradores de renda

22 fev 2019, 10:51 - atualizado em 22 fev 2019, 15:49

Por Felipe Miranda, CEO da Empiricus Research

As pessoas se levam muito a sério. Como disse James Hillman, somos todos um grande escândalo – exceção feita, claro, aos ternos da Faria Lima e do Leblon; todos eles príncipes na vida.

“Cê num tá incomodado com os memes?”
“Nossa, zero. Nem um pouco.”
“Jura?”
“Levo com bom humor. Tenho esse péssimo hábito do bom humor.”
“Tem um engraçado mesmo.”
“Aquele em que aparece uma pessoa dobrando a calcinha, né?”
“Esse mesmo.”
“Eu ri também. Mas preferiria que, em vez de dobrar ao meio, multiplicasse por dois. Essa mágica dobrada ia ser mais legal: uma calcinha virando duas! Imagina só. Retornos de 100 por cento me interessariam. Se estivesse solteiro, claro.”

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“Tenho um outro bem idiota.”
“Tem mesmo, mas faz parte. O mundo está cheio de idiotas. Sempre esteve. Isso vem com a exposição em escala. Sabe aquela coisa do Tomas em A Insustentável Leveza do Ser?”
“Adoro. Aquela ideia do Nietzsche, né? De uma vida autêntica, da construção dos próprios valores para seu próprio jeito de ser e estar no mundo.”
“Nossa, é isso.”
“Corpo fechado.”
“E mais do que isso. É o sinal inequívoco de expansão e democratização de um tema antes restrito a pequenas rodas.”

“Isso é verdade. Se virou meme é porque ganhou relevância. Nunca vi meme de pessoa desconhecida e sem importância. É questão de lógica. hahahaha.”
“Hahahaha. Pô, o cara faz charge pro Fantástico e pro BBB… agora está falando, em alguma medida, de investimentos. Quem sabe não rola um Jim Cramer por aqui? Se a CVM deixar, claro. A gente vai lá, pede a bênção, beija a mão e tal. Fala de Bolsa como Pop Art.”
“Cada um tem o Andy Warhol que merece…”

“Hahahahha. Mas eu gosto dele.”
“Do Andy Warhol?”
“Não, pô. Ah, claro, do Andy Warhol também. Mas tô falando do Maurício Ricardo.”
“Sim. Eu também. E achei criativo.”
“Pois é. É uma brincadeira e tá limpo.”
“Mas cê num fica um pouco preocupado?”
“Tô preocupado com a desaceleração global – lembra que o Brasil é um grande beta play, muito sensível ao ritmo do mundo. E também com as notícias recentes envolvendo a família Bolsonaro. Essas milícias, sim, me preocupam. Até sonhei com o Carlos Bolsonaro. Eram dois pitbulls correndo atrás de mim. Os cachorros vinham na minha direção também em velocidade dobrada. Tá louco…”

“Ah, não sei. Tenho medo de as pessoas não entenderem assim.”
“Eu não subestimo a inteligência das pessoas. Elas vão entender. A maioria delas, pelo menos. Claro que sempre vai ter críticas e pessoas descontentes.

O importante é o foco no cliente, no resultado final, no cara colocando lucro no bolso porque nos ouviu, do sujeito ganhando muito mais dinheiro do que o coleguinha que espalha meme no zap. O resto é distração. O meme, em si, é só consequência da escala. Se uma empresa nunca teve meme, posts no Reclame Aqui e erros no meio do caminho, só há uma possibilidade: nunca teve cliente também.”
“E uma coisa é fato: ninguém aceita o sucesso alheio. Imagina ver o amigo ficando rico porque seguiu as orientações de uma determinada publicadora de conteúdo… Aliás, impressionante como as pessoas estão ganhando dinheiro.”
“Enquanto uns choram, outros vendem lenços. Enquanto uns disparam memes no zap, outros preferem ganhar grana.”

“Eu preferia estar no segundo grupo…. hahahaha. Só acho que pode estar muita exposição, sabe?”
“Sei, pode ser mesmo. Não descarto. Mas aqui ninguém acha nada, lembra? A gente monitora o tempo todo. O achismo está sob a ditadura da mensuração constante e da única resposta que interessa: dos dados. As campanhas estão convertendo horrores. Quando e se saturar, a gente para na hora, sem dó. Mas não chegou isso. Ao que parece, nem perto.”

“O ritmo está incrível, né? Até me assustei quando vi.”
“Meu, a turma do Gradim foi chamada pelo YouTube para explicar e ensinar como maximizar a conversão no YouTube. Hahaha. Literalmente, os caras quebraram a banca.”
“É bonito de ver isso, né? E está bem alinhado com o propósito. Eu fico emocionada. Mais gente investindo, muito mais gente investindo, com orientações sem conflito e de alta qualidade. E num produto lindo, moldado pra pessoa física.”

“Pois é. A turma do mercado financeiro podia começar a pensar no que o investidor realmente quer comprar. E não em montar produtos que ele, mercado financeiro, quer vender.”
“Olhei a rentabilidade da carteira ontem. Deu orgulho. O negócio surgiu há pouco mais de quatro meses e já deu um lucro de 11,3 por cento para quem seguiu, cinco vezes mais do que o CDI e sete mais do que a poupança. É surreal.”
“É. Mas nem é o retorno que mais me anima, sabia? Claro que fico contente. Agora, o mais legal pra mim é que o negócio foi muito bem montado, com esmero.”

“Afe, esmero? Só você e o Toquinho usam essa palavra ridícula.”
“Ah, desculpa. Eu sou mesmo ridículo.”
“Mas, perdão, eu te interrompi.”
“Magina, tudo bem.”
“Cê tava falando da qualidade do produto.”
“Pois é. Ele é perfeito pra pessoa física mesmo, que acessa uma carteira diversificada, equilibrada e balanceada dos melhores ativos geradores de renda: fundos imobiliários, ações pagadoras de dividendos, renda fixa. Está tudo ali. O cara sai da poupança ou de outros produtos piores e monta essa carteira aí, mil vezes melhor. Não tem uma pessoa que não gosta de ver um dinheiro pingando na conta, gente.”
“E os caras têm acertado muito, vai? Ah, eles são muito bons, né?”

“Isso que sempre falo. O modelo sem conflito de interesses é superior, claro. Não tem como negar. Mas, no final, são as pessoas que importam. O Sergio é um dos melhores especialistas de ações que eu conheço. Respeitado no mercado inteiro e dedicado a escolher as melhores pagadoras de dividendos. O Rogé é um dos gestores mais experientes de renda fixa do Brasil, autor de best-seller e tudo mais – você já leu o “Manual de Gestão de Renda Fixa”? É bem completo e didático. E o Alê faz a melhor cobertura de fundos imobiliários da indústria. Ninguém nem questiona isso. Os caras do BTG aqui me param no elevador para elogiar as publicações dele. Não preciso dizer que, sem nossa escala, jamais conseguiríamos pagar gente tão boa, né?”
“Às vezes acho que a gente deu sorte na contratação dessas pessoas.”
“Às vezes eu também acho. É bem raro. Só quando eu respiro.”

“Hahahaha. Besta. Mas além das pessoas, você acha o momento bom para aplicar em coisas voltadas à geração de renda?”
“Nossa, acho muito. Minha visão é de que o Banco Central vai cortar a Selic ainda neste ano. Possivelmente para baixo de 6 por cento ao ano.”
“Ele não tem indicado isso.”

“Sim, eu sei. Mas essa é parte da beleza da coisa, porque não está no preço. Não tem inflação. Nem agora, nem no horizonte. A atividade mostra fraqueza a cada indicador. Você conversou com algum varejista neste início de ano? Clima de velório, tá louco. Na hora em que ficar claro que a Previdência vai passar, e falo passar com uma economia superior a 600 bilhões de reais, o Copom vai se ver obrigado a cortar a taxa de juros. Pra mim, nas próximas reuniões ele já sinaliza isso com mais clareza, que está data dependent e de olho na Previdência para possivelmente voltar a cortar o juro básico.”

“E já tem mercado emergente afrouxando a política monetária, né? Índia, Egito…”
“Sim, e outros virão, porque a atividade global tá desacelerando bem e o Fed mudou claramente o discurso, até de forma bastante surpreendente. Então, eu acho um momento ótimo para comprar renda. Há yields de 7 a 8 por cento por aí, coisa que não vai existir mais quando a Selic vier a 5,75 por cento e os múltiplos das empresas passarem pelo re-rating catalisado pela Previdência.”
“Será mesmo que vai ser assim?”

“Ah, o tempo vai dizer. Na dúvida, a gente pode propor um desafio para turma dos memes. Se quiserem comparar seus COEs com a nossa carteira do Double Income, está aceita a aposta! Podemos formalizar e tudo. Escrevemos um comunicado conjunto, a quatro mãos. Recomendo a Luciana Seabra de redatora. Ficaria bonitinho, bem melhor do que se vê por aí.”

“Isso acabaria de vez com os memes. Hahahaha.”
“Ou aumentaria, sei lá. Michael Milken preferia contar à mãe que tocava piano num bordel, em vez de dizer sua real profissão no mercado financeiro. Entre as camareiras e nossos financistas de patinetes e happy socks, sou muito mais o primeiro grupo. Isso mesmo considerando que eles ganham renda em dobro.”

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