Opinião

Felipe Miranda: Sonho Grande – nós não queremos ser a XP

15 out 2018, 10:27 - atualizado em 15 out 2018, 10:27

Por Felipe Miranda, Estrategista-chefe da Empiricus Research

“Se você pode sonhar, você pode fazer.”
– Walt Disney

“Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho
 e sobre ele lança toda a força de sua alma, 
todo o universo conspira a seu favor.”
– Johann Goethe

“Cada sonho que você deixa para trás
 é um pedaço do seu futuro que deixa de existir.”
– Steve Jobs

Daqui a exatamente uma semana, eu, Felipe, embarco no que é meu grande sonho profissional. Sonhos são como código genético – você pode tentar sair deles, mas eles nunca vão sair de você. É com muita satisfação que encontro meu próprio DNA. Pela primeira vez em muito tempo, vejo aquele menino que me olhava no espelho aos 18 anos sorrindo com orgulho, movimentando a cabeça pra cima e pra baixo com ar de aprovação. Estamos em paz, juntos e sedentos por uma vida cheia de coisas. E essa é para mim (e para o Taleb, o que é quase a mesma coisa, no caso) a definição do sucesso.

O primeiro movimento da metamorfose da atividade onírica para o mundo real vai acontecer na próxima segunda-feira. E antes que isto seja confundido com uma peça de marketing, anuncio: você não precisará pagar nem um real a mais para a Empiricus.

Não posso entrar em detalhes agora. Apenas adianto que se trata de algo absolutamente revolucionário e definitivo para a sua previdência.

Agora podemos começar.

Não sei ao certo o que me espera do lado de lá. Mas posso suspeitar. Ao cruzar essa importante linha e propor um novo paradigma para o investidor de varejo (perdoe se lhe soa exagerado agora, mas é exatamente a isso que estou me propondo, de corpo e alma), antecipo uma comparação inevitável.

“A Empiricus quer ser a XP.”

Não.

Nós não queremos.

Antes de entrar na argumentação dissertativa, esclareço: admiro, respeito e reconheço o bem que a XP fez ao mercado de capitais brasileiro ao introduzir o conceito de plataforma aberta, ajudando a democratizar os investimentos por aqui. Preciso pontuar nominalmente também a admiração pessoal ao Guilherme Benchimol, de quem sou fã declarado. E mesmo que eles tenham deixado de gostar de mim, eu ainda gosto deles.

Mas somos diferentes, de materiais e de constituição distintos, absolutamente imiscíveis. De novo, se meus inimigos me conhecessem melhor, me odiariam ainda mais. Se eles querem meu sangue, terão meu sangue, só no fim. Se eles querem meu corpo, só se eu estiver morto.

Não quero aqui propor de forma pretensiosa uma superioridade da Empiricus sobre a XP. Seria ridículo. Mas preciso neste momento marcar nossas diferenças, para que as regras do jogo, na mais absoluta transparência radical, estejam claras mesmo antes de a bola rolar.

Não apelarei para retórica, suposições ou opiniões. Quero ater-me aos fatos objetivos, porque somente eles poderão convencer-lhe do que proponho a partir de hoje.

A primeira questão é que não somos, nem seremos no horizonte tangível, sócios de corretora ou gestora. Assim, fica garantido neste momento foco total na indicação 100 por cento independente das melhores ideias de investimento. Esse compromisso da independência é inalienável, dele jamais abriremos mão. Seria como matar a si mesmo.

Há outras coisas mais emblemáticas.

Olha que curioso: a XP chama XP porque ninguém tinha um bom nome na cabeça. “Bota aí qualquer coisa, pode ser XPTO.” Empiricus vem do Sextus Empiricus. Isso tem um simbolismo enorme para mim; me parece a lua e o conhaque: botam a gente comovido como o diabo – recorro ao romantismo de Álvares de Azevedo porque este é um momento de grande emoção.

Na origem, somos diferentes. A Empiricus foi criada para dar indicações totalmente sem conflito de interesse. Essa é a vocação dela. Não há como desviar. A alma tem seus próprios ancestrais. E se você trai sua alma, ela se vinga de você. A XP nasceu conflitada, apoiada numa legião de agentes autônomos que fazem a prospecção de clientes e a venda de produtos cuja remuneração varia de acordo com este ou aquele investimento. A culpa do conflito não é do agente autônomo, fique claro. Ele só está atrás de um prato de comida. Alguns, inclusive, são ótimos.

É a natureza da estrutura de incentivos: se um produto paga mais para o agente autônomo do que outro, ele está incentivado a oferecê-lo com mais afinco, ainda que não seja necessariamente o melhor para o cliente.

Não estou aqui para bancar a Madre Teresa. Nem acho que isso sobrepuja o lado bom da XP. Tenho também aqui meu lado feio, que todos sabem qual é. Aliás, todas as empresas que conseguiram alguma relevância junto ao investidor de varejo no Brasil têm um lado feio. Não há como fugir disso. Vamos logo admitir. A vida é o que ela é, não aquilo que gostaríamos que ela fosse. Sem um empurrão, esse cara nunca vai chegar aos bons investimentos, porque ele sequer sabe quais são, onde ficam e do que se alimentam. Dr. Jekyll e Mr. Hyde, assim somos nós, assim é a XP. Eu topo, como você já deve ter percebido, porque o lado bom é muito, mas muito melhor e maior do que o lado ruim. Esse último, inclusive, vai diminuindo no tempo. O nosso Mr. Hyde é diferente daquele da XP – ele tem graves defeitos também, mas é mais transparente e sem nenhum conflito de interesse. Só com ele podemos ter escala, ter os melhores analistas e a maior equipe para perseguir os melhores investimentos. Isso faz toda a diferença. Só com escala realmente podemos mudar o comportamento de muita gente. De nada adiantaria ser lido por meia dúzia de pessoas.

E se ainda resta alguma dúvida da natureza distinta das partes aqui analisadas, apenas peço para que você mesmo verifique a forma como a Empiricus trata O Antagonista e o Seu Dinheiro, comparativamente ao tratamento da XP à InfoMoney. Do lado de cá do Tratado de Tordesilhas, anúncios são anúncios; conteúdo editorial é conteúdo editorial.

Por fim, tenho o péssimo hábito de ser verdadeiro. As críticas que tenho são feitas frente a frente, olhando nos olhos, somente depois vão para o papel para se tornarem públicas. “As tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo.”

Eu não sei se a Empiricus e aquilo que ela proporciona são para você, sinceramente. Mas se você quer um lugar sem conflito de interesse, com transparência radical e foco exclusivo no investidor, seja bem-vindo. Só faltam sete dias.

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