Empiricus Research

Felipe Miranda: Obrigado; exponencial, na prática

19 fev 2019, 10:46 - atualizado em 19 fev 2019, 10:48

Por Felipe Miranda, CEO da Empiricus Research

 

Os acontecimentos da véspera me obrigam a alterar a rota originalmente traçada para o início deste Day One. Eu preciso começar agradecendo. Não há outra forma. Cada vez mais rara, gratidão é valor que se ensina em casa – esquecer não posso da insistência de papai sobre a necessidade de reconhecer apoio alheio.

Empiricus alcançou ontem a marca de 300 mil assinantes. É muito mais do que sonhamos lá atrás. É muito menos do que queremos hoje. Seja como for, é uma marca importante, muito acima de nossas expectativas traçadas mesmo há pouco tempo.

Estamos felizes por aqui e satisfeitos por caminharmos fielmente sobre a linha de nosso propósito. Com 300 mil famílias mais bem assistidas em suas decisões financeiras, damos uma pequena contribuição para a democratização e o acesso às melhores ideias de investimento no Brasil. Cidadãos comuns que passam a aplicar seu dinheiro sob a orientação da maior e, com a devida sinceridade, melhor equipe de especialistas em finanças do país, livre dos conflitos de interesse típicos dos bancos e das corretoras.

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Por isso, insisto: muito obrigado. Você é a razão de nossa existência, de coração. Ficamos empolgados com os números ascendentes por várias razões. Primeiro, porque é muito curioso defendermos tanto a exponencialidade nos investimentos e identificá-la aqui dentro, na prática, sem discurso platônico. Não é uma ideia ou uma hipótese. Apenas é. Aconteceu e pronto. O gráfico que abre esta newsletter descreve o número de assinaturas, hoje em praticamente 550 mil, ativas na Empiricus. Ou seja, um único assinante possui, na média, quase dois planos conosco, algo que também é motivo de satisfação; ao migrar para uma segunda assinatura, o leitor revela sua preferência, exatamente em linha com os livros de microeconomia. Ele está satisfeito com a primeira. Ninguém compra um segundo carro da mesma marca se a estreia naquela montadora foi desagradável.

Em segundo lugar, também não vamos mentir: mais assinantes representam mais dinheiro entrando. E embora não seja mais pela grana – acho que nunca foi, pra falar a real –, é melhor ser rico e saudável do que pobre e doente. Somos liberais, capitalistas, meritocráticos e gostamos de ver nosso patrimônio aumentando.

O terceiro ponto é quase um desdobramento do anterior. Com aumento das receitas da Empiricus, podemos investir ainda mais em equipe, processos e tecnologia. A escala é fundamental nesse negócio. Com todo o respeito, não existe “one-man show” num ambiente tão competitivo como o mercado financeiro. Por mais genial que uma pessoa possa ser, vai ser muito difícil brigar contra concorrentes com equipes de várias dezenas de especialistas. Ninguém consegue acompanhar mais de dez empresas de perto, ninguém consegue reunir conhecimentos diferenciados das mais variadas classes de ativos, ninguém nunca fica doente e por aí vai. Em termos práticos, o crescimento da Empiricus volta para o assinante na forma de uma melhor pesquisa e maior índice de acerto de suas indicações. Ou seja, é ele quem acaba ganhando ao ver seu dinheiro rendendo mais por meio de investimentos mais bem selecionados.

Num processo endógeno e dialético (o Rodolfo falou isso uma vez e eu sempre quis copiar!), o assinante é a causa e a consequência de nosso sucesso.

De minha parte, devolvo a confiança em mim depositada com o compromisso de obstinação por entregar para você, nosso assinante, resultados tão bons ou superiores aos obtidos pelos melhores profissionais da área. Esse era o objetivo da Empiricus quando ela tinha zero clientes. É a mesma missão agora com 300 mil. E tenho certeza de que será rigorosamente preservada quando tivermos, com muita ajuda da sorte e uma obsessão pelo propósito, um milhão de assinantes.

Encerro essa primeira parte, escrita de forma não planejada e quase vomitada aqui, mais uma vez agradecendo a você por estar conosco. É uma relação realmente emocionante para mim e não falo da boca para fora.

Também preciso agradecer à deusa Fortuna, que tem nos sido uma companheira fiel há pelo menos cinco anos. Por favor, continue conosco, querida. A sorte cumpre um papel fundamental nos investimentos e também na esfera corporativa. A notícia boa é que há uma forma de maximizarmos nossa chance de termos sorte: exposição sistemática a retornos convexos e exponenciais. Tente, tente, tente. Uma hora a sorte vai acertá-lo em cheio. Cuidado para não se machucar.

Aliás, sobre esse tema de encontrar ativos com capacidade exponencial, vale muito ver a entrevista de Michael Moritz, o lendário bilionário do Sequoia, em especial do minuto 18 ao 28, quando ele fala da contratação de gente júnior e obcecada pelo que faz.

Antes de retomar a rota inicialmente projetada para hoje, um pedido, feito com toda a humildade do mundo. Escreva pra gente, mande seus feedbacks sobre o que podemos melhorar por aqui, para o e-mail [email protected]. Gosto dos elogios também, claro, mas pediria para, ao menos hoje, focarmos nas críticas (construtivas), porque são elas os alimentos para a melhoria contínua, em prol de nosso assinante. É a nossa forma de devolver um pouquinho pela inesperada conquista da véspera. Mais uma vez, obrigado. Eu não vou me cansar de agradecer.

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Agora deixe-me contar um causo…

“Sempre achamos que o Brasil vai cair no buraco. Mas ele não cai, porque é maior do que o buraco.” Essa frase está ressoando dentro de mim desde a manhã de sexta-feira. Escutei da boca de Eike Batista, embora o original seja de seu pai, Eliezer. Fui ao Rio de Janeiro com a Luciana Seabra para essa experiência antropológica e outros compromissos, notadamente para outras duas reuniões com respeitadíssimos gestores de ações – nunca acredite em analista cuja bunda repousa na cadeira; para ter boas ideias de maneira sistemática, você precisa conversar por aí, principalmente com gente inteligente.

Gostei da frase porque ela remete a uma ideia que eu mesmo repeti aqui várias vezes. Sempre que o espectro político-econômico parecer desastroso, algo de bom vai acontecer, porque o Brasil não tem vocação para explodir, mas, sim, para uma tendência à complacência e à mediocridade – nosso herói nacional Macunaíma, de autoria também de Mário de Andrade, o mesmo do poema lá de cima deste texto, é duplamente preguiçoso e não dispõe de nenhum caráter; ele resume um pouco da concepção modernista brasileira e seu movimento antropofágico.

Não temos inclinação para Argentina ou Venezuela. No fundo, ainda somos um grande PMDB. E para que os parasitas continuem mamando nas tetas do hospedeiro, é regra fundamental que os primeiros não matem o segundo.

Estruturalmente, portanto, não sou um grande otimista com o Brasil. Mas é curioso como estou, conjunturalmente, tão otimista com o país. Pode parecer paradoxal, em particular agora que, como disse certa vez André Lara Resende, a “conjuntura nunca foi tão pouco conjuntural” – a maré das circunstâncias atuais exige resolução estrutural da trajetória da dívida pública brasileira. Somente isso pode construir uma conjuntura melhor. Mas eu acho que conseguiremos, principalmente porque estamos num cenário de terra arrasada. Se temos tendência à mediocridade e agora estamos abaixo da média, a força gravitacional levará o pêndulo mais para cima. Por isso, sou um grande comprador do “kit Brasil”: Bolsa, juro longo e real.

Confesso também ter gostado de toda a conversa com o Eike; não só da tal frase. Você pode dizer o que quiser – e eu não vou tirar a sua razão. Exagerado, excessivamente otimista, marqueteiro, vendedor, megalomaníaco, meio cafona para se vestir. Concordo com tudo.

Como faço para investir o meu dinheiro?

Também sei de seus graves erros no passado, alguns imperdoáveis, dos quais OGX talvez seja o maior deles, sem entrar aqui no mérito das razões que o levaram a passar um “período sabático” no hotel de Bangu.

Agora, é inegável a inteligência do sujeito, o quanto ele conhece o Brasil e o quanto fez coisas fundamentais e transformacionais pela infraestrutura deste país. A MPX (agora Eneva) salvou-nos do apagão, por exemplo – e vai salvar de novo daqui a uns anos. A LLX é um projeto logístico incrível, para um sistema simplesmente precário de infraestrutura. E o Porto do Açu é absolutamente impressionante. Deixe-me repetir pausadamente para transmitir um pouco do que aquilo representa: i-m-p-r-e-s-s-i-o-n-a-n-t-e.

Também é bastante estimulante ver o quanto ele ainda se apaixona por empreender, pelo Brasil e por ideias novas – Eike tem o mérito de ouvir, algo raro entre os bilionários arrogantes, todos eles tão conhecedores de tudo, incapazes de dar a uma ideia alheia qualquer mérito, ainda que seja a mera audição. Anedótico: nunca vi alguém fazer conta de cabeça tão rápido.

Mas por que estou contando tudo isso? Não é por conta de seu otimismo em torno dos projetos de grafeno, derivado de um novo processo de produção capaz de reduzir custos para uma fração dos originais. Também não é pelo polivitamínico de alga marinha capaz de ajudar bastante no tratamento da osteoporose e outras questões. Muito menos pela habilidade em detectar boas minas de ouro ou pelo interesse em nanotecnologia. Tudo isso a Luciana Seabra vai contar depois no Seu Dinheiro – jornalismo de verdade, a gente vê por aqui.

As razões são outras. Torno a conversa pública pelo que Eike me falou sobre o pré-sal brasileiro. Se o que ele me disse for verdade, precisamos, neste exato momento, parar de fazer o que estamos fazendo e nos lotar de Petrobras, imóveis no RJ e tudo que se beneficia desse entorno – bora olhar BR Properties e Aliansce.

Ok, você está certo. Não precisamos tomar a valor de face – depois de tudo, meu caro, seria, no mínimo, ingenuidade. Mas se 10 por cento do que ele me falou for verdade (eu queria muito bater um papo com o Adriano Pires sobre isso), ainda assim a prescrição do parágrafo acima seria a mesma.

O pré-sal brasileiro pode ter algo como 200 bilhões de barris de óleo equivalente, com um lifting cost de sete dólares por barril. Seríamos um dos maiores e mais eficientes produtores de petróleo do mundo. Ah, se conduzirmos direitinho as novas rodadas da ANP, isso pode ser uma grande ajuda para zerarmos nosso déficit público. A oito dólares por barril, 200 bilhões de barris seriam 1,6 trilhão de dólares!

Se é verdade? Olha, eu sinceramente não sei. Mas me pareceu uma opcionalidade muito interessante. Num mercado extremamente eficiente do ponto de visto informacional, o que mais me parece fazer sentido é pagar por opcionalidades ainda não incorporadas ao preço dos ativos. O resto é tentativa inócua, já está embutido nas cotações e nos leva apenas a retornos medíocres (aqui empregados como sinônimos de normais, de médios). O pré-sal pode ser uma dessas grandes opcionalidades, talvez a maior de todas hoje.

É ridículo, mas faz sentido.

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