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Feijão contratou inflação futura, arroz está contratando. Clima reduz safras e demanda não tem substituição

11 jan 2022, 15:13 - atualizado em 11 jan 2022, 15:14
Feijão deverá perseguir mais tendência de alta, enquanto o arroz ainda aguarda o escoamento dos estoques velhos (Imagem: Pixabay)

Arroz ainda está com preços acomodados, mas tem tendência de alta. O feijão começou 2022 com pé no acelerador e está na rampa de decolagem para mais voo.

É inflação contratada dos dois principais alimentos nacionais, trazida pela quebra das safras, que deverá ser acusada nos índices futuros, da qual o brasileiro não tem como escapar porque ainda é a comida mais barata.

Lembrando que no IPCA (IBGE) de 2021, de 10,06%, o grupo alimentos ficou em terceiro lugar, embora o indicador geral tenha desacelerado um pouco em dezembro, quando subiu 0,73%, e o IGP-DI também dezembro apontou alta de matérias-primas alimentícias, que costumeiramente se refletem nos dois meses seguintes para o consumidor.

A história a ser contado da dupla arroz-feijão está diretamente associada à seca e calor no Sul, derrubando as estimativas de safra, segundo o analista Vlamir Brandalizze.

Com uma particularidade para o arroz, que veio de uma safra 2021 forte, mas teve dificuldades para escoar as exportações (ao contrário de 2020), daí que ainda os preços estão adormecidos, “mas a tendência é de elevação firme”.

Gira entre R$ 70 e R$ 77 no Rio Grande do Sul, e de R$ 80 a R$ 90 no resto do Brasil, mas tem poucos negócios porque o produtor está esperando chegar o impacto da nova safra.

A Conab falou em 11,4 milhões de toneladas (11,8 milhões/t na anterior), mas Brandalizze acredita que dificilmente chegue a 10 milhões/t, agravado pelos problemas no Rio Grande do Sul, maior provedor nacional. O mesmo sentimento que ele diz estar notando entre os agentes do mercado.

O feijão já está com oferta baixa e a 1ª safra comprometida do Paraná, que vai perder 25% da produção. Nos últimos dias, começou a entrar nos preços o excesso de chuvas em outras regiões, de modo que não há outro ritmo que não o de alta, informa o analista.

Os R$ 260 a R$ 330 que circula a saca, em valorização desde a virada do ano, se acentuam com os dados ainda sendo revistos no Paraná, maior produtor nesta safra.

Juntando as três safras do ano, a Conab divulgou 3,08 milhões/t.

“E a demanda vai estar positiva, especialmente com a entrada do Auxílio Brasil”, acrescenta Vlamir Brandalizze.

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