Federal Reserve, o BC dos EUA, vai abrir consulta pública sobre mudanças em ‘teste de estresse’ de bancos
O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) informou que avalia grandes mudanças em seus “testes de estresse” bancários anuais à luz dos recentes desdobramentos legais, incluindo permitir que os credores forneçam comentários sobre os modelos usados.
Em comunicado divulgado na última semana, o Fed comunicou que, em breve, buscará comentários públicos sobre mudanças significativas para melhorar a transparência dos testes e reduzir a volatilidade dos requisitos de capital resultantes.
O teste de estresse avalia a resiliência de grandes bancos estimando suas perdas, receitas e níveis de capital sob um cenário hipotético de recessão que muda a cada ano.
O capital atua como uma almofada para absorver perdas e permite que os bancos continuem emprestando para famílias e empresas mesmo durante uma recessão.
Desde seu início, há mais de 15 anos, os grandes bancos no teste de estresse mais que dobraram seus níveis de capital, um aumento de mais de US$ 1 trilhão, de acordo com o BC norte-americano.
O Fed buscará manifestações públicas sobre todos os modelos que determinam as perdas e receitas hipotéticas de bancos sob estresse. O BC também pretende obter a média dos resultados ao longo de dois anos para reduzir as mudanças ano a ano nos requisitos de capital que resultam do teste de estresse.
Bancos x Fed
Na última terça-feira (14), grandes bancos e grupos empresariais entraram com processos contra o Fed, afirmando que os testes de estresse violam a lei.
A ação movida no Tribunal Distrital dos EUA em Columbus, Ohio, alega que a prática do Fed de determinar o desempenho dos grandes bancos em relação a uma hipotética turbulência econômica e de atribuir requisitos de capital de acordo com isso não segue o procedimento administrativo adequado.
Os autores da ação incluem o Bank Policy Institute, a Câmara de Comércio dos EUA e a American Bank Association.
Eles exigem que o Fed torne os modelos que utiliza para avaliar o desempenho dos bancos públicos — hoje confidenciais — , bem como os detalhes dos cenários anuais que cria para testar os pontos fracos.
*Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters