Internacional

Fed e desaceleração: existe remédio? Para Morgan Stanley, resposta é negativa

11 jun 2019, 12:01 - atualizado em 11 jun 2019, 12:06
Divisão de Wealth Management acredita em inocuidade de movimentos da autoridade monetária

“Em menos de seis meses, os investidores mudaram suas projeções de três altas a serem promovidas pelo Federal Reserve para três cortes”. A constatação inicia relatório do Morgan Stanley Wealth Management, no qual os analistas ponderam que uma possível flexibilização monetária pela autarquia norte-americana não curaria a desaceleração econômica.

Com intuito de fundamentar a tese de inocuidade entre corte na Fed Funds Rate e melhora econômica, a CIO (Chief Investment Officer) Lisa Shalett pondera os seguintes fatos: máxima histórica da confiança do consumidor, taxa de desemprego na mínima de 50 anos e taxas de hipoteca próximas a 4% não foram capazes de elevar o nível de consumo e promover alta no investimento do setor imobiliário.

Política e raízes

“Ao contrário, a incerteza política em Washington e a instabilidade geopolítica está pesando contra o ciclo de negócios”, avalia o Morgan Stanley Wealth Management, levantando ainda questões sobre os reflexos negativos nas cadeias globais de logística por causa da guerra comercial, além da piora no investimento e no desempenho da manufatura.

Adicionalmente, o banco norte-americano acredita que, se as tarifas são a nova maneira de resolução para conflitos geopolíticos e problemas imigratórios, vide a ameaça de Trump em relação ao México, então “o espaço para a incerteza econômica assume expansão múltipla”.

Encerrando a análise macroeconômica, a instituição projeta que o risco real existente para os investidores é que os prováveis cortes futuros na Fed Funds Rate não sejam capazes de solucionar as raízes da desaceleração: “maturidade do ciclo de negócios, demanda marginal limitada, pico dos lucros corporativos e possível início de mudança relevante no comércio internacional”.

Brasil em foco

Em relação à economia brasileira, o Morgan Stanley Wealth Management permaneceu com a avaliação de que “estabilidade política dá suporte à recuperação”. Para as expectativas de crescimento econômico, os analistas enxergam “neutralidade”, porém com tendência de desaceleração.

A instituição destaca a percepção de risco positiva na curva de juros, “tendo em vista que o spread entre os títulos de 3 e 10 anos subiram para 111 pontos-base”. Embora haja o maior intervalo entre os yields dos títulos, o banco projeta tendência de achatamento da curva de juros. A liquidez continua “neutra”, mas com trajetória de queda.

Por fim, a percepção para a confiança e para o risco como todo permanecem “neutras” com tendência altista, igual a expectativa para os lucros das companhias brasileiras. Por outro lado, diante do valuation, o Morgan Stanley acredita que ativos de risco estão altamente avaliados, com tendência de declínio do valuation.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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