Fed não vai apressar a mudança nas taxas de juros dos EUA, afirma Powell

Apesar dos níveis elevados de incerteza, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que não há necessidade para apressar a mudança nas taxas de juros dos Estados Unidos.
Durante palestra no Fórum de Política Monetária do Chicago Booth, nesta sexta-feira (7), Powell ressaltou que a economia do país continua em um bom lugar.
“Não precisamos ter pressa e estamos bem posicionados para esperar por maior clareza”, afirmou o presidente do Fed.
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Ao longo do evento, Powell reforçou que aguarda os impactos de políticas comerciais, imigração, fiscal e regulamentação do governo Trump para definir o caminho das taxas de juros.
“É o efeito líquido dessas mudanças políticas que importará para a economia e para o caminho da política monetária”, afirmou.
De acordo com o presidente do Fed, a autoridade está monitorando esses desenvolvimentos e está preparado para manter a restrição da política monetária se a inflação não continuar a se mover de forma sustentável em direção a 2%.
Por outro lado, o Fed pode flexibilizar a política se o mercado de trabalho enfraquecer inesperadamente ou se a inflação cair mais rapidamente do que o previsto.
Inflação e o mercado de trabalho, segundo Powell
No discurso de Powell, ele destacou que o mercado de trabalho está sólido, e a inflação se aproximou da nossa meta de longo prazo de 2%.
“Estamos intensamente focados nas metas de mandato duplo que nos foram dadas pelo Congresso: emprego máximo e preços estáveis”, afirmou o presidente do Fed.
Além disso, Powell afirmou que a americana tem demonstrado um crescimento sólido. No entanto, indicadores recentes sugerem uma possível moderação nos gastos do consumidor, e pesquisas apontam para uma crescente incerteza em relação às perspectivas econômicas.
Em relação ao mercado de trabalho, ele ressaltou que o crescimento salarial está acima da inflação, mas a um ritmo mais sustentável do que no início da recuperação da pandemia. Isso indica que o mercado de trabalho não é uma fonte significativa de pressão inflacionária.
Em fevereiro de 2025, os EUA criaram 151 mil vagas de emprego, de acordo com o payroll divulgado nesta sexta-feira (7) pelo Departamento do Trabalho do país.
O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que esperava a criação de 160 mil vagas, segundo a mediana das projeções do Broadcast.