Fed mantém juro estável e não sinaliza redução do balanço
O Federal Reserve manteve as taxas de juros estáveis nesta quarta-feira, em sua primeira reunião de política monetária do ano, com as autoridades apontando um crescimento econômico moderado e um mercado de trabalho “forte” nos Estados Unidos.
“Os ganhos de emprego têm sido sólidos… e a taxa de desemprego tem permanecido baixa”, disse o comitê de política do Fed em comunicado. A decisão de manter o juro básico entre 1,50% e 1,75% foi unânime.
O comunicado do Fed pouco mudou em relação ao divulgado após a reunião de dezembro. O texto disse que a atual taxa de juros é “apropriada para apoiar a expansão sustentada da atividade econômica”, incluindo o crescimento contínuo do emprego e o aumento da inflação para a meta de 2% do banco central.
No documento, o Fed não mencionou especificamente os riscos econômicos decorrentes do recente surto de coronavírus na China que levou a temores de uma desaceleração adicional na segunda maior economia do mundo.
O Fed não forneceu novas orientações sobre sua prática atual de comprar 60 bilhões de dólares por mês em títulos do Tesouro dos EUA para garantir liquidez de curto prazo adequada aos mercados de financiamento bancário. Esse programa permanecerá em vigor pelo menos até abril, enquanto uma oferta relacionada de operações compromissadas continuará pelo menos até abril.
Os formuladores de política monetária do Fed estão discutindo como e quando encerrar as compras temporárias de Treasury bills (papéis de curto prazo), em andamento desde outubro, e que tipo de substituição permanente poderia ser usada para garantir que o banco central mantenha o controle sobre as taxas de juros.
Em uma decisão relacionada, o Fed elevou a taxa de juros que paga aos bancos por excedente de reservas em 5 pontos-base, para 1,60%, um ajuste técnico que, segundo as autoridades, visa manter a taxa das “federal funds” no centro do intervalo da meta.
A decisão sobre a taxa de juros era amplamente esperada, com dados econômicos recentes mostrando a economia a caminho de um crescimento contínuo e nenhum sinal de que inflação está subindo rápido a ponto de representar um risco que o Fed possa precisar enfrentar via custos mais altos de empréstimos para desacelerar a economia.
O Fed cortou os juros três vezes no ano passado para reforçar uma economia afetada por guerras comerciais e estabeleceu um padrão alto para quaisquer mudanças adicionais nas taxas.
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que uma “reavaliação material” das perspectivas econômicas seria necessária para qualquer mudança.
A avaliação do Fed sobre os gastos das famílias se enfraqueceu ligeiramente de um “ritmo forte” em seu comunicado de dezembro para um “moderado”. O Fed também observou que o investimento fixo das empresas e as exportações “permanecem fracos”.