Federal Reserve

Fed está pronto para encarar com sensibilidade dados de empregos dos EUA de setembro

07 out 2021, 15:58 - atualizado em 07 out 2021, 15:58
O caminho para a normalização da política monetária ficou mais claro nesta quinta-feira, depois que parlamentares dos EUA chegaram a um acordo temporário para elevar o teto da dívida do governo norte-americano (Imagem: REUTERS/Octavio Jones)
O caminho para a normalização da política monetária ficou mais claro nesta quinta-feira, depois que parlamentares dos EUA chegaram a um acordo temporário para elevar o teto da dívida do governo norte-americano (Imagem: REUTERS/Octavio Jones)

As contratações nos Estados Unidos devem ter acelerado no mês passado, sugere uma série de indicadores, à medida que os efeitos da recente alta da Covid-19 no país começam a diminuir, mas mesmo um segundo relatório fraco de emprego seguido não deve prejudicar os planos do Federal Reserve de começar a reduzir seu apoio à economia.

Antes da divulgação do relatório de criação de vagas fora do setor agrícola do mês de setembro pelo Departamento do Trabalho dos EUA, que acontecerá na sexta-feira, dados de empresas que acompanham os padrões de mercado de trabalho sinalizam um resultado em linha com a estimativa mediana de pesquisa da Reuters com economistas, de criação de 500 mil postos.

Esse número pode ser mais do que suficiente para que o Fed inicie seu processo de redução de estímulo.

Sinais de Powell

O chair do Fed, Jerome Powell, sinalizou no mês passado que há um acordo abrangente entre as autoridades para começar a reduzir os 120 bilhões de dólares em compras mensais de ativos do banco central norte-americano já em novembro, contanto que o relatório de empregos de setembro, nas palavras de Powell, seja “decente”.

Mesmo os membros mais “dovish” (inclinados a manutenção de estímulo) do Fed – o presidente do Fed de Mineápolis, Neel Kashkari, e o de Chicago, Charles Evans – indicaram disposição em seguir esse cronograma para reduzir a flexibilização quantitativa implementada no ano passado para conter as consequências econômicas da pandemia.

“Acreditamos que a barreira para redução da flexibilização quantitativa será alcançada desde que a leitura do ‘payroll’ esteja acima de zero”, disse Lydia Boussour, economista-chefe da Oxford Economics para os EUA. Boussour prevê que 384 mil postos de trabalho foram criados no mês passado.

Normalização da política monetária

O caminho para a normalização da política monetária ficou mais claro nesta quinta-feira, depois que parlamentares dos EUA chegaram a um acordo temporário para elevar o teto da dívida do governo norte-americano. A medida evita um possível calote no final deste mês, o que teria forçado o Fed a voltar ao modo de combate à crise.

Um relatório desta semana da empresa UKG mostrou que o número de turnos trabalhados pelos funcionários dos EUA se estabilizou em setembro, depois de cair em agosto. Isso é amplamente consistente com as estimativas atuais dos economistas de crescimento do emprego no mês passado, disse o vice-presidente da firma, Dave Gilbertson.

“Temos certeza de que (a criação de vagas em setembro) não acelerou da maneira que as pessoas esperavam, mas também podemos estar bastante confiantes em dizer que não foi um baque”, disse ele.

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