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Fed enfrenta decisão “difícil” para evitar aumento exagerado nos juros, diz ex-assessora de Obama

09 jan 2023, 12:38 - atualizado em 09 jan 2023, 12:38
Federal Reserve
“Só agora estamos entrando na janela em que os efeitos podem começar a ser notados”, disse Christina Romer (Imagem: REUTERS/Jonathan Ernst)

O esforço do Federal Reserve para impactar a economia a fim de reduzir a inflação ainda está em seus estágios iniciais, tornando difícil para o banco central norte-americano evitar o exagero de elevar os juros mais do que o necessário, disse uma importante assessora econômica do ex-presidente Barack Obama.

O Fed elevou sua taxa de juros em mais de 4 pontos percentuais no ano passado e “só agora estamos entrando na janela em que os efeitos podem começar a ser notados”, disse Christina Romer, professora de Economia da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e presidente do Conselho de Assessores Econômicos (CEA) da Casa Branca de 2009 a 2010, em um encontro nacional de economistas no sábado.

“Devido aos atrasos envolvidos, as autoridades enfrentarão uma decisão muito difícil sobre quando interromper os aumentos dos juros ou reverter o curso”, disse Romer em um discurso na reunião anual da Associação Econômica Norte-Americana em Nova Orleans.

“As autoridades precisarão recuar antes que o problema seja completamente resolvido se quiserem reduzir a inflação sem causar mais dor do que o necessário”, disse ela.

Autoridades do Fed reconheceram que será difícil julgar até que ponto elevar os juros e por quanto tempo mantê-los elevados, e reduziram o ritmo dos aumentos dos juros para tentar evitar um erro.

A ata da mais recente reunião de política monetária do Fed mostrou que as autoridades têm dificuldade para avaliar os riscos, enquanto os economistas veem uma probabilidade alta de que os aumentos dos juros levem a uma recessão nos Estados Unidos no próximo ano.