Mercados

Fed é efeito colateral para o Ibovespa no pós-eleições

02 nov 2022, 16:31 - atualizado em 02 nov 2022, 16:31
Ibovespa, Ações, Mercados, B3
Passada a reação da bolsa brasileira ao resultado das eleições, Ibovespa pode sentir impacto da decisão de juros nos EUA (Imagem: Tainá da Silva)

O Ibovespa reagiu bem às eleições. Apesar da volatilidade no dia seguinte à vitória de Lula, a bolsa brasileira virou a chave para novembro ainda se movendo para cima.

Porém, após absorver o resultado das urnas, a sinalização do Federal Reserve nesta quarta-feira (2), de reduzir o ritmo de alta nos juros dos Estados Unidos, após elevar a taxa em 0,75 ponto percentual pela quarta vez seguida, pode impactar o pregão local. 

“Para o investidor brasileiro, que acaba de sair de uma eleição presidencial, esse aumento dos juros americanos, somados a outros fatores internos, pode significar um efeito colateral no curto prazo”, afirma Carlos Vaz, CEO e fundador da Conti Capital. 

Para ele, esse efeito colateral se traduz em fuga de capital. “Isso porque, em momentos de incerteza e volatilidade, como agora, o capital tende a migrar para países nos quais os ambientes geopolítico e econômico sejam relativamente mais fortes e equilibrados”, explica Vaz.

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Ritmo menor não afasta recessão

Afinal, ainda que o Fed tenha elevado a taxa de juros como esperado, para o intervalo entre 3,75% e 4,00%, os investidores ainda temem uma recessão dos EUA.

“A economia norte-americana é forte e resiliente o suficiente para ser capaz de equilibrar momentos de contração com o de expansão, apesar de seu comportamento geral continuar desafiando o combate à inflação”, afirma o CEO da Conti Capital. 

Porém, o novo aumento de 0,75 pp hoje não deve refletir na expectativa de que os EUA irão evitar uma recessão em 2023. Até porque a sinalização de desaceleração no ritmo de aperto já seria para não prejudicar a atividade econômica. 

“O Fed sinalizou que a velocidade do aperto de juros foi intensa e pode ser prudente uma desaceleração do ritmo”, comenta o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. 

Para ele, o Fed deve elevar a taxa em 0,50 pp em dezembro e, pela última vez no atual ciclo, na reunião da virada de janeiro para fevereiro, em 0,25pp, deixando os juros entre 4,50% e 4,75%.

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