Fed e BCE mantêm cautela com economia apesar de esperanças sobre vacina contra Covid-19
Os chefes do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) e do Banco Central Europeu (BCE) saudaram resultados encorajadores dos testes de uma candidata a vacina contra o novo coronavírus, mas enfatizaram que as perspectivas econômicas permanecerão incertas.
O chair do Fed, Jerome Powell, e a presidente do BCE, Christine Lagarde, disseram que a economia ainda estava em um momento difícil, mesmo que o desenvolvimento de uma potencial vacina pela farmacêutica norte-americana Pfizer com a parceira alemã BioNTech SE fosse motivo para algum otimismo mais adiante.
“De um enorme rio de incerteza, vemos o outro lado agora”, disse Lagarde em um painel de discussão com o chair do Fed, Jerome Powell, e o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey.
“Mas não quero ficar muito entusiasmada com essa vacinação porque ainda há incertezas” em torno da produção e distribuição da vacina, disse ela.
Powell endossou Largarde, dizendo que os resultados da vacina eram “notícias boas e bem-vindas”, mas que era “muito cedo para avaliar com alguma confiança as implicações… para o curto prazo”.
Com a zona do euro provavelmente voltando à recessão neste trimestre, o BCE já disse que fornecerá mais estímulos fiscais em dezembro, provavelmente por meio de seu programa de compra de títulos de emergência e via empréstimos de baixo custo ao setor bancário.
Desde que as empresas começaram a reabrir, a economia norte-americana recuperou pouco mais da metade dos 22 milhões de empregos perdidos com as primeiras paralisações de março. As companhias foram apoiadas tanto pela política monetária extremamente acomodatícia do Fed quanto pela primeira parcela de um pacote fiscal de cerca de 3 trilhões de dólares para alívio aos efeitos da pandemia.
Mas a recuperação tem sido irregular, e ondas subsequentes do vírus ameaçam torná-la ainda mais volátil.