Fed derrotado por Barbie, Beyoncé e Taylor Swift: Fenômenos alteram inflação e deixam desaceleração para depois
O filme “Barbie” e as turnês de Beyoncé e Taylor Swift se transformaram em eventos de massa nos Estados Unidos neste verão.
Segundo o Morgan Stanley, juntos, os fenômenos culturais devem agregar cerca de US$ 8,5 bilhões ao PIB do terceiro trimestre no país, desafiando os esforços do Fed em esfriar a economia do país.
De acordo com os dados liberados pelo Departamento do Comércio dos EUA, toda essa injeção calorosa de dinheiro na economia mexeu com o PCE, índice de inflação ‘favorito’ do BC norte-americano, que oscilou para cima no mês passado.
A leitura principal do índice, que inclui preços voláteis como energia e alimentos, subiu a 3,3% no acumulado dos 12 meses. Em junho, essa medida era de 3,0%. Já o núcleo do PCE, que desconta os componentes mais voláteis, subiu a 4,2% em julho, olhando para o confronto anual.
De acordo com o órgão estatal, os serviços de alimentação e alojamento figuram entre os itens que mais contribuíram para o crescimento da inflação de serviços no acumulado dos 12 meses, ao patamar de 5,2%.
Serviços financeiros e os seguros — liderados pelos serviços de gestão de carteiras e de consultoria de investimento — e habitação e serviços públicos — liderados pela habitação — também tiveram as maiores altas.
Apesar da oscilação para cima, as leituras vieram em linha com a expectativa dos analistas do mercado e também em linha com a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) divulgado há duas semanas.
Os números não interviram significativamente na projeção do Fed Funds. Segundo as instituições depositárias do Fed, o BC norte-americano deixará intocada a taxa-base de juros no patamar de 5,25-5,50% ao fim do encontro de setembro do Fomc.
Após Taylor Swift, Beyoncé e Barbie, a desaceleração
Se os dados do terceiro trimestre ainda devem carregar a influência de Taylor Swift, Beyoncé e Barbie, uma ‘ressaca’ econômica causada pelo fim destes pode dar, enfim, espaço para uma desaceleração econômica mais acentuada no país.
Sarah Wolfe, economista do Morgan Stanley, disse em nota na quarta-feira que a ausência desses eventos deverá trazer uma diminuição não negligenciável do consumo no quarto trimestre.
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Paralelamente a isso, o Morgan Stanley espera que indicadores econômicos do mercado de trabalho continuem a tendência de desaceleração já existentes.
Dados de abertura de emprego em julho caíram abaixo de 9 milhões, marca não vista em mais de 2 anos. O sentimento dos norte-americanos sobre o mercado de trabalho dos EUA também se deteriorou na última medição.
Além de ventos contrários ao consumo, economistas identificam a piora das condições de crédito mais apertadas e reflexos da política fiscal nos Estados Unidos como catalisadores de uma desaceleração mais acentuada da principal economia do mundo já a partir do último trimestre do ano.