Fed ‘chove no molhado’, mas pista para próxima decisão acaba agradando
O Federal Reserve confirmou as largas expectativas do mercado e decidiu por uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa-base de juros dos Estados Unidos. Os juros americanos agora se encontram dentro da banda de 5,25-5,50%, o maior patamar em 22 anos.
Na coletiva de imprensa que concedeu aos jornalistas há poucos minutos, Jerome Powell reiterou os principais pontos dos comunicados mais recentes da autoridade monetária. O presidente do BC volta a dizer que o mercado de trabalho continua forte, os números de atividade são ainda resilientes e o comprometimento com a convergência da meta de 2% de inflação está intocado.
Diante das considerações, o Fed deixa aberta a porta para novas altas nas reuniões restantes do ano, caso elas se mostrem necessárias.
Entre um possível cenário de alta e um de manutenção dos juros para a próxima decisão, os mercados parecem optar pelo segundo. De acordo com as projeções do Fed Funds, há mais de 60% de chance de que a decisão de setembro termine com o Fomc pausando novamente o aperto monetário.
Segundo Rachel de Sá, o fortalecimento do cenário da pausa é o destaque positivo da decisão de hoje. “Powell equiparou a probabilidade de uma elevação adicional de juros na próxima reunião do comitê (…) destacando que os riscos (de subir pouco os juros e não ser o suficiente versus subir pouco e não controlar a inflação) agora se encontram mais equilibrados.”
Até a próxima decisão em setembro, serão conhecidos dados de inflação e de mercado de trabalho referentes aos meses de julho e agosto.
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Depois do Fed, elas por elas
No fim do dia, a alta de 0,25 ponto percentual anunciada hoje fez pouco preço tanto nos mercados de ações quanto no de títulos.
Dow Jones Industrial Average (DJIA), S&P 500 (SPX) e Nasdaq (IXIC) fecharam o pregão mistos, com apenas o primeiro índice fechando em alta 0,23%, mostrando melhor desempenho das ações mais capitalizadas.
Do lado das Treasuries, os títulos da dívida americana, houve um movimento também quase lateral. As T-bills de 2 anos caem 0,029 ponto percentual, aos 4,849%. As T-notes de 10 anos caem 0,0266 p.p., aos 3,865%.