Fechamento de lojas, saldão, demissões: Via (VIIA3) traça novo plano para estancar sangria
A Via (VIIA3) revelou ao mercado novo plano para transformar suas operações, com mudanças estratégicas com foco na estabilização da operação, geração de caixa e na melhoria da rentabilidade.
Nesta quinta, a empresa reportou prejuízo de R$ 492 milhões, revertendo o lucro de R$ 6 milhões do mesmo período do ano passado.
O resultado veio pior esperado. O consenso do mercado contava com perdas na ordem de R$ 260 milhões para o período, de acordo com levantamento da Bloomberg.
Segundo a empresa, as mudanças passarão por dois eixos: alavancas operacionais e iniciativas que otimizam a estrutura de capital.
Entre as novidades estão a redução potencial de 50 a 100 lojas em 2023, revisão de quadro de lojas, renegociação de aluguel e revisão de sortimento ideal e sublocação de espaço ocioso.
Além disso, a empresa irá cortar o Gross Merchandise Value (GMV) entre 2% e 3%, com impacto potencial positivo no lucro antes do imposto de renda (LAIR) entre R$ 80 milhões e R$ 150 milhões anuais e potencial redução de estoques entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões até 2025.
Haverá uma readequação de centros de distribuição, conforme redução de estoques, com impacto potencial no LAIR de R$ 90 milhões anuais até 2025.
As medidas incluem ainda readequação de despesa de pessoal, buscando redução permanente de posições administrativas e de lojas com impacto potencial no LAIR de R$ 370 milhões anuais até 2025.
De acordo com a Reuters, os cortes podem chegar a 6 mil funcionários.
A dona das Casas Bahia promete também intensificar as promoções para queimar estoque, como saldão para produtos no e-commerce, com potencial redução de R$ 100 milhões de estoque até 2025, e para produtos nas lojas físicas, com potencial redução de R$ 420 milhões de estoque até 2025.
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Estrutura de capital da Via
A empresa promete estruturar um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) para facilitar a operação de crediário da companhia. A operação tem o potencial de:
- permitir o acesso da companhia ao mercado de capitais com portfólio de alta qualidade de crédito e risco pulverizado; e
- um potencial de R$ 5 bilhões de limite de crédito bancário, viabilizando aumento da penetração do crediário;
Fará ainda uma diversificação do funding, especialmente no:
- mercado de capitais internacional;
- agências de fomento e bancos de desenvolvimento; e
- diversificação bancária, com acesso a um maior número de instituições financeiras.
A expectativa da Via é que a empresa esteja preparada para um crescimento sustentável a partir de 2025.
“Temos uma mudança de estratégia da companhia. A companhia tinha uma estratégia de crescimento de GMV, de abertura de novos canais, de expansão de lojas, de aposta em fintechs”, disse Renato Horta Franklin, CEO da companhia, à Reuters.
“E a gente entende que isso tudo foi feito, construímos uma super plataforma e ela já é grande. Então, entre investir para crescer mais essa plataforma, ou pegar e rentabilizar o que tenho aqui, a gente prefere ganhar dinheiro com o que tem aqui”, acrescentou.
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