Febre da “long neck” fará com que cerveja aumente de preço no Brasil
A mudança de comportamento do consumidor de cerveja no Brasil, priorizando a compra de garrafas descartáveis ao consumo das retornáveis, fará com que os preços da cerveja aumentem no país na busca de compensar a perda de margem obtida pelos fabricantes.
Segundo o Bradesco BBI, as garrafas retornáveis poderão perder até 25 pontos percentuais em relação as descartáveis, o que deverá afetar a margem da Ambev (ABEV3), maior fabricante do produto no Brasil. A saída, indicam os analistas Leandro Fontanesi e Ricardo França, será aumentar os preços da cerveja de 1% a 1,5% ao ano até 2029.
De acordo com o relatório, a menor utilização das embalagens retornáveis deve ter aumentado a necessidade de empacotamento, criando gargalos na indústria que podem ser sentidos por até 12 meses.
“Estimamos que os fabricantes de latas alcançaram entre 90% a 100% de utilização de capacidade em 2018 e fabricantes de garrafas também estão em plena capacidade”, apontam Fontanesi e França. Ou seja, poderá faltar latas no mercado. É a receita perfeita para o aumento de preços.
Agora, as fabricantes tem como desafio contornar a situação após focarem em embalagens retornáveis por muito tempo. Sendo assim, o Bradesco BBI manteve recomendação neutra para a Ambev e precificou as ações a R$ 20, diminuindo um real do valor anterior.