Economia

Febraban prepara livro com sugestões para reduzir custo do crédito; reclamações contra bancos diminuem

19 nov 2018, 17:47 - atualizado em 19 nov 2018, 17:47

Por Arena do Pavini – A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) prepara um livro sobre o spread bancário e o custo dos empréstimos. A ideia é explicar por que a diferença entre o que os bancos pagam para os investidores na captação e o que cobram nos empréstimos, o chamado spread bancário, é tão grande no Brasil, diz um executivo da entidade. O objetivo é mostrar que a diferença não é apenas ganho do banco, mas inclui diversos custos. O livro trará ainda uma série de sugestões para o governo e para o Banco Central para reduzir esses custos e o spread. “Tem muita desinformação na sociedade sobre a taxa dos empréstimos e o livro vai explicar cada ponto que entra no spread”, diz o executivo.

O livro buscará também mostrar que as perdas com crédito não são apenas dos banqueiros. “A maior parte do valor emprestado é dinheiro dos correntistas e investidores, a parte do banqueiro é o que ele coloca de capital no banco e que tem de ser suficiente para cobrir as perdas, se não o banco quebra”, lembra o executivo.

Entre os custos que elevam a taxa dos empréstimos estão os impostos, as perdas com inadimplência, o custo causado pela dificuldade em executar dívidas vencidas no Brasil, a falta de informações dos tomadores de crédito e os custos relacionados à estrutura dos bancos e os controles exigidos pelo BC. O executivo lembra que os bancos brasileiros são bastante sólidos em termos de crédito, o que é uma vantagem em relação aos sistemas financeiros de outros países emergentes que enfrentam crises. Em parte, essa solidez é reflexo da concentração do sistema financeiro brasileiro, que também influencia no custo do crédito. “Mas hoje temos outras formas de concorrência surgindo que devem reduzir esse ponto também”, diz o executivo.

Reclamações contra bancos diminuem

O número de reclamações contra bancos registradas nos Procons do Brasil caiu 10% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 15.709 queixas neste ano contra 17.402 reclamações feitas em 2017.  Em relação ao primeiro trimestre de 2016, quando o número de demandas contra instituições financeiras ficou em 22.095, a queda foi mais significativa: 29%.

Os dados foram divulgados pela Federação dos Bancos (Febraban) e fazem parte de um levantamento feito juntos aos bancos Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander.

Mais soluções

Segundo Amaury Oliva, diretor de Autoregulação da Febraban, os resultados são reflexo da eficácia do trabalho desenvolvido pelos canais de atendimento dos bancos. De acordo com ele, a cada 100 demandas recebidas pelos serviços de atendimento aos clientes dos bancos, 98 são resolvidos diretamente com a instituição financeira, sem necessidade de o cliente recorrer aos órgãos de defesa do consumidor.

Prazo para solucionar demandas

Também contribuiu para a redução no volume de queixas o fato de as instituições financeiras terem se comprometido a reduzir de 10 para cinco dias úteis o prazo máximo para atendimento de pelo menos 50%  das demandas recebidas pelos canais de atendimento próprios e também abreviar de cinco para três dias úteis o prazo máximo das respostas para 80%  das demandas.

Seminário de relacionamento com clientes

A Febraban realiza no próximo dia 27 de novembro mais uma edição do Seminário de Relacionamento com Clientes, evento que ocorre desde 2004. Neste ano, o tema será ‘boas práticas como instrumento de proteção ao consumidor.  Um dos destaques da pauta é a prevenção de conflitos no consumo.

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