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FBI encontra poucos indícios de que ataque ao Capitólio dos EUA foi coordenado

21 ago 2021, 18:00 - atualizado em 20 ago 2021, 11:12
Congresso EUA
Procuradores apresentaram acusações de conspiração contra 40 dos acusados, alegando que se envolveram em algum grau de planejamento antes do ataque (Imagem: REUTERS/Leah Millis)

O FBI encontrou poucos indícios de que o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos Estados Unidos foi resultado de um complô organizado para reverter o resultado da eleição presidencial, de acordo com quatro autoridades da lei antigas e atuais.

Embora autoridades federais tenham prendido mais de 670 supostos participantes, no momento o FBI acredita que os episódios de violência não foram coordenados centralmente por grupos de extrema-direita ou apoiadores destacados do então presidente Donald Trump, segundo as fontes, que ou estiveram diretamente envolvidas, ou foram informadas regularmente sobre as investigações.

“De 90% a 95% destes são casos isolados”, disse uma antiga autoridade da lei de primeiro escalão a par da investigação. “Depois você tem 5%, talvez, destas milícias que foram organizadas mais diretamente.

Mas não havia nenhum grande esquema com Roger Stone e Alex Jones e todas aquelas pessoas para invadir o Capitólio e fazer reféns.”

Stone, um agente republicano veterano e autointitulado “trapaceiro sujo”, e Jones, fundador de um programa de rádio e um podcast conspiratórios, são aliados de Trump e se envolveram em eventos pró-Trump em Washington em 5 de janeiro, o dia anterior ao ataque.

Investigadores do FBI descobriram que células de manifestantes, incluindo seguidores dos grupos de extrema-direita Oath Keepers e Proud Boys, pretenderam invadir o Capitólio, mas não encontraram indícios de que os grupos tinham planos sérios sobre o que fazer se entrassem no local, disseram as fontes.

Procuradores apresentaram acusações de conspiração contra 40 dos acusados, alegando que se envolveram em algum grau de planejamento antes do ataque.

Eles alegaram que um líder do Proud Boys recrutou membros e pediu que armazenassem coletes à prova de balas e outros equipamentos de estilo militar nas semanas que antecederam a invasão e que em 6 de janeiro ele enviou membros adiante com o plano de dividi-los em grupos e fazer várias incursões ao Capitólio.

Mas até agora os procuradores evitaram fazer acusações mais graves e de conotação política que as fontes disseram que estes debateram inicialmente, como conspiração sediciosa ou crime organizado.

A avaliação do FBI pode se mostrar relevante para uma investigação parlamentar que também pretende determinar como os acontecimentos daquele dia foram organizados e por quem.

Parlamentares veteranos estão inteirados em detalhes dos resultados da investigação do FBI até o momento e a consideram crível, disse uma fonte democrata do Congresso.