Política

Favorito ao STF, Cristiano Zanin gera desconfiança no PT

20 abr 2023, 17:13 - atualizado em 20 abr 2023, 17:13
Cristiano Zanin
Cristiano Zanin aparece como favorito para vaga no STF (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Considerado favorito para assumir a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Cristiano Zanin, que defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Lava-Jato, pode enfrentar resistência de parlamentares de esquerda no Senado Federal.

Isso porque, segundo o jornal O Globo, a atuação do advogado no mundo empresarial gera desconfiança em setores do Partido dos Trabalhadores (PT).

Entre outros pontos, Zanin já defendeu a ampliação do limite de capital estrangeiro em companhias aéreas no Brasil. Além disso, ele atua na defesa da Americanas e da J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

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Deste modo, a bancada do governo no Senado avalia que uma possível indicação de Zanin pode não enfrentar forte resistência da oposição. Entretanto, o próprio partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem ressalva quanto aos posicionamentos do advogado.

Outros nomes para o STF

Nos bastidores, o nome de Manoel Carlos de Almeida Neto também aparece entre os favoritos para a vaga no STF. Almeida Neto trabalhou no gabinete do ministro Lewandowski.

Além dos advogados, existe a pressão por setores do Judiciário e do próprio governo para que a pessoa indicada por Lula seja uma mulher negra.

Neste cenário, o nome que ganha força é o da advogada Vera Lúcia Santana de Araújo, que esteve na lista tríplice elaborada pelo STF, no ano passado, para uma vaga no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De qualquer forma, o escolhido terá que passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. Depois disso, ele seguirá para o plenário da Casa, onde deve ser aprovado por 41 dos 81 senadores.

O papel do Senado

Para especialistas, é esperado que Lula busque indicar para o Supremo juristas que compartilhem com ele valores políticos. Os nomes indicados, no entanto, devem ser aprovados pela maioria absoluta do Senado (41 votos).

Deste modo, o presidente da República costuma, historicamente, nomear ministros cujos valores sejam compartilhados por ele e pela maioria dos senadores.

“O peso da indicação presidencial sobre o comportamento dos ministros é matizado pela participação do Senado no processo de nomeação — mais precisamente pela heterogeneidade da coalizão do governo no Senado”, esclarece Jeferson Mariano Silva, professor da USP e integrante do Grupo de Pesquisa Judiciário e Democracia (Jude).

Atualmente, a base do governo Lula é bastante heterogênea e a oposição no Senado é considerável. Por conta disso, senadores passaram a defender que o presidente Lula adie a escolha do substituto de Ricardo Lewandowski, publicou o jornal Folha de S. Paulo.

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