Fávaro assinará à tarde acesso a crédito para recuperação de áreas queimadas
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o governo federal está atuando para ajudar produtores afetados por incêndios e que assinará ainda nesta segunda-feira (23) medida de acesso à linha de crédito para recuperar áreas afetadas pelas recentes queimadas. “Hoje vamos assinar contratos com alguns produtores de Ribeirão Preto, Sul de Minas, Mato Grosso e do Pantanal, afetados pelos incêndios, para que possam acessar essas mesmas linhas de crédito e recuperar suas áreas”, disse em participação na UBS Agriculture Investment Conference.
A iniciativa faz parte do Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro), iniciativa para recuperar áreas degradadas, como pastagens, e aumentar a produtividade no setor agropecuário. O programa tem prazos de carência e juros competitivos, assegurou o ministro.
“Captamos US$ 1,3 bilhão para esse programa, o que equivale a cerca de R$ 7 bilhões adicionais”, disse. Esses recursos serão somados ao que já estava previsto no Plano Safra, totalizando aproximadamente R$ 14 bilhões, segundo o ministro. Ele explicou que o programa será apoiado por uma equalização das taxas de juros, com condições mais favoráveis aos produtores. “Essa nova equalização feita pelo Tesouro Nacional terá uma taxa de juros de 6,5% ao ano, com três anos de carência e dez anos para amortizar”, detalhou.
Fávaro também destacou a importância da preservação ambiental para o futuro da agropecuária brasileira e o impacto das mudanças climáticas no setor. Segundo ele, “as mudanças climáticas vieram para ficar” e têm causado eventos extremos no País, como secas e chuvas intensas. “Veja o que estamos passando com os incêndios. Mas, há cinco meses, estávamos lidando com o excesso de chuvas”, exemplificou.
Para Fávaro, a preservação ambiental não pode ser desvinculada da produção agropecuária. “A grande virada é o reconhecimento da importância da preservação ambiental para a estabilidade da produção de alimentos e energia”, afirmou o ministro, acrescentando que a preservação das florestas do Cerrado, por exemplo, “passa a ser uma questão de sobrevivência para essa atividade”.