Economia

Faturamento do setor eletroeletrônico fica estável com R$ 154 bilhões

05 dez 2019, 15:22 - atualizado em 05 dez 2019, 15:22
 A alta do dólar não chegou a refletir as exportações (Imagem: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

O faturamento da indústria eletroeletrônica deve encerrar 2019 em R$ 154 bilhões. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), apesar do crescimento nominal de 5% na comparação com 2018 (R$ 146,1 bilhões), não houve aumento real, uma vez que a inflação do setor, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP), também fechou o ano em 5%.

A associação divulgou nesta quinta-feira (5), em São Paulo, os indicadores anuais.

A produção industrial de bens eletroeletrônicos também apresentou estabilidade em 2019 em relação a 2018. Já a utilização da capacidade instalada subiu de 74% para 75%.
A estabilidade no faturamento e na produção do setor ocorre após dois anos consecutivos de resultados positivos.

“Este ano, o setor andou de lado e não conseguimos apresentar crescimento”, disse o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato.

Ressaltou que a atividade produtiva ficou aquém das expectativas em função, principalmente, da demora na aprovação das reformas, que só tiveram encaminhamento positivo no segundo semestre.

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Balança comercial

As exportações deste segmento tiveram retração de 5% em 2019, passando de US$ 5,9 bilhões para US$ 5,6 bilhões. Já as importações subiram 1% de US$ 31,8 bilhões em 2018 para US$ 31,9 bilhões este ano.

Com isso, o déficit da balança comercial deve atingir US$ 26,4 bilhões, total 2% superior ao apresentado em 2018 (US$ 25,9 bilhões).

Dólar

Segundo Barbato, a alta do dólar não chegou a refletir as exportações. “Nós não tivemos um crescimento das exportações, o que seria natural acontecer a partir da desvalorização do real. O que aconteceu é que, como temos uma dependência de insumos importados bastante considerável, evidentemente isso acabou sendo repassado aos preços dos produtos, tanto é que a inflação do setor foi de 5%, por isso que esse ano nós andamos de lado”, analisou.

Lei da Informática

A atualização da Lei da Informática, com a aprovação das novas regras da política industrial ao setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), pela Câmara dos Deputados em novembro, é aguardada pela Abinne. Segundo a entidade, a aprovação traz segurança jurídica às empresas.

“Esperamos que [o tema] possa ser resolvido semana que vem, assim a gente espera que se possa começar o ano de 2020 já sob a ótica de uma nova legislação que vai, evidentemente, destravar alguns investimentos”, afirmou Barbato.

Perspectivas

Para 2020, os empresários do setor têm expectativas favoráveis. A mais recente sondagem realizada com os associados da Abinee indicou que 76% das empresas projetam crescimento nas vendas/encomendas no próximo ano; 21%, estabilidade e apenas 3%, queda.

Também o último Índice de Confiança do Setor Eletroeletrônico (ICEI), divulgado pela Abinee, em novembro, atingiu 61 pontos. Acima de 50 pontos, o ICEI indica confiança do empresário. “Estamos encerrando 2019 com um Índice de Confiança positivo, porém, menor do que o do ano passado”, disse Barbato

Considerando a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% e inflação em torno de 3,6% ao ano em 2020, o setor eletroeletrônico espera um crescimento nominal de 8% e real (descontada a inflação) de 4% no faturamento, que deve alcançar R$ 166 bilhões.

A Abinee também projeta elevação de 3% na produção e aumento no nível de emprego, que deve passar de 235 mil para 239 mil trabalhadores.