Fatos colocam Bolsonaro no centro das investigações da CPI, diz Randolfe
Após o compartilhamento das informações pelo Ministério Público sobre possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin pelo governo federal, o presidente da República, Jair Bolsonaro, passa ao centro das investigações, segundo membros da CPI da Pandemia.
Na tarde desta sexta-feira (25), a comissão ouve Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, e seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), autores das denúncias.
Somente nesta sexta, segundo o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o presidente Bolsonaro teria determinado a abertura de inquérito para investigar o caso, o que, para o senador, representa o reconhecimento, mesmo que tardio, de que há indícios de algo errado.
Bolsonaro teria sido informado há meses sobre as irregularidades, de acordo com os irmãos Miranda.
— Os fatos trazem o presidente da República para o centro das investigações — disse Randolfe.
Luis Ricardo Miranda é chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde.
Ele relatou ao Ministério Público Federal e à imprensa ter recebido pressões para acelerar o processo de compra da Covaxin, da empresa indiana Bharat Biotech.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disse ser importante também a informação, dada pelo senador Jorginho Mello (PL-SC), de que Jair Bolsonaro conversou com o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello sobre as suspeitas na compra da vacina Covaxin.
Pazuello, que está na lista dos primeiros 14 investigados da CPI, deve ser ouvido novamente pelo colegiado.
Para a senadora Simone Tebet (MDB-MS), a CPI entrou em fase determinante:
— Até então, estávamos investigando denúncias de negligências, falta de remédios, porque o Brasil não vacinava, de equívocos. Agora temos denúncias claras e fortes de corrupção do governo federal e de alguns estados brasileiros.