Fase do “conserto”: analistas aprovam nova dinâmica do IRB

Os analistas estão com uma visão positiva para a nova dinâmica de resultados do IRB Brasil (IRBR3), que encerrou o primeiro trimestre do ano com lucro de R$ 50,8 milhões. Segundo o Inter Research, a empresa está em um “momento de conserto” e é capaz de entrar, em paralelo, numa etapa de crescimento.

“Já podemos ver os reflexos positivos de um portfólio e um balanço mais saudável, com uma margem de solvência regulatória de 181% e solvência total de 254%, em níveis maiores que o quarto trimestre de 2020, o que fez com que a companhia saísse da fiscalização especial da Susep“, comentou o analista Matheus Amaral, em relatório divulgado na sexta-feira.

O Safra foi da mesma opinião. De acordo com o banco, o IRB começou seu processo de recuperação (ainda inicial e caminhando em ritmo lento), que deve se estender ao longo de 2021.

Os analistas Luis Azevedo e Silvio Dória destacaram que a resseguradora conseguiu reverter a trajetória de perdas e deu início a uma tendência de recuperação gradual, porém sólida.

Para o BTG Pactual (BPAC11), o IRB está a caminho de entregar melhores números no segundo semestre de 2021 e em 2022, com uma Selic mais alta podendo impulsionar os ganhos financeiros da empresa.

Os analistas do BTG Eduardo Rosman e Luiz Temporini relembraram a última teleconferência realizada com o CEO Wilson Toneto, que disse que a indústria global de resseguros está crescendo em um mercado mais difícil, o que significa que as resseguradoras estão tendo mais facilidade para ajustar os preços.

” O IRB […] tem conseguido aumentar os prêmios, embora tenha decidido não renovar alguns contratos pouco atraentes. O portfólio renovado/revisado e o crescimento mais lucrativo em novos contratos devem significar que os negócios descontinuados impactam cada vez menos o resultado líquido com o tempo”, afirmaram.

Cautela prevalece

Apesar da considerável melhora nos resultados, as três instituições mantiveram recomendação neutra para a ação do IRB. Os preços-alvo indicados por Inter Research, Safra e BTG são de, respectivamente, R$ 5,80, R$ 7,80 e R$ 6,50.

No caso de Inter Research e BTG, os analistas veem o papel sendo negociado a um valor justo, sem perspectiva de grande potencial de valorização.

O Safra, por outro lado, achou mais seguro manter a posição de cautela, embora veja potencial para a ação subir mais um pouco.