FAO confirma que países pobres pagam a conta da inflação de demanda e custos de alimentos
No mais recente relatório da FAO (Agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), o índice de preços dos alimentos apresentou alta de 39,7%, indo a 127,1 pontos.
Esse percentual sobre maio de 2020 foi puxado pelos preços dos óleos, dos cereais, dos lácteos, do açúcar e das carnes. Grupo que movimentou US$ 185 bilhões e cujo destino é em grande parte para as regiões mais pobres do planeta.
Ao observar os dados do organismo da ONU e cotejá-los com a expectativa de comércio para 2021, o consultor em comércio exterior Michel Alaby confirma que o “aumento dos preços não será uniforme”.
A FAO estima que até dezembro o fluxo de importações mundiais de alimentos deverá alcançar US$ 1,7 trilhão, mais de US$ 180 bilhões sobre 2020.
Portanto, se espera que o índice de preços dos alimentos da FAO não pare de subir. E seguindo a dinâmica típica do comércio global de gêneros alimentícios.
“Os países em desenvolvimento vão comprar mais alimentos em todas as categorias, enquanto os países desenvolvidos comprarão menos”, explica o CEO da Alaby Consultores & Associados.
Além dos custos mais altos de produção e da inflação mundial de demanda, ocasionada de uns tempos para cá com o relaxamento das restrições contra a pandemia e ao avanço da vacinação, há a valorização potencial do valor dos fretes internacionais pesando sobre os preços finais dos produtos, como indica Michel Alaby, também consultor do Programa das Nações Unidas para Países em Desenvolvimento (PNUD).