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“Fantasma fintech” assustou demais o investidor dos bancos, diz Credit Suisse

10 set 2019, 9:17 - atualizado em 10 set 2019, 9:33
Itaú
Os preços atuais em Bolsa já refletem uma queda significativa na rentabilidade e no excesso de retornos dos bancos, diz Credit Suisse (Imagem: REUTERS/Rodrigo Garrido)

O mercado está exagerando ao penalizar excessivamente os bancos brasileiros por um efeito negativo de uma concorrência que não será tão importante, aponta o Credit Suisse em um relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (9) à noite.

Para os analistas Marcelo Telles, Otavio Tanganelli e Alonso Garcia, embora a competição deva se intensificar, os preços atuais em Bolsa já refletem uma queda significativa na rentabilidade e no excesso de retornos.

Isso, avisa o Credit Suisse, parece exagerado. “Os receios em relação a maior competição (especialmente de fintechs) e as preocupações em torno dos retornos dos bancos não vão se concretizar”, avalia.

De acordo com os cálculos do time de análise, os preços atuais das ações assumem que a rentabilidade irá ceder em torno de 300 pontos-base abaixo da linha do consenso do mercado para 2020.

“Estes níveis estão de fato inferiores aos baixos retornos da década registrados em 2012 e 2013 (período de briga predatória de bancos do setor público e questões de qualidade de ativos em pequenas e médias empresas e empréstimos para automóveis) e durante a grande recessão em 2015 e 2016”, lembram Telles, Tanganelli e Garcia.

O Brasil agora é outro, argumentam, já que estamos em um ambiente de expansão de crédito e qualidade saudável dos ativos.

As ações do Santander Brasil têm alta de 9% em 2019, enquanto o Ibovespa tem alta de 17% (Imagem: Angel Navarrete/Bloomberg)

Desempenho

Para os analistas, os receios de maior competição no setor promoveram depreciação excessiva das maiores instituições do setor.

“A despeito da recente recuperação dos bancos de maior capitalização de mercado durante os últimos pregões, as ações ainda estão atrás da alta de 17% do Ibovespa no ano”, afirma o documento. “Os bancos estão baratos”, completa.

No ano, as ações de Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) mostram alta de 9% e 10%, respectivamente. Já os papeis de Banco do Brasil (BBAS3) e Santander Brasil (SANB11) relatam valorização de 11% e 9%, nesta ordem.

Dividendos

O Credit Suisse ressalta ainda que os bancos claramente se destacam entre os 100 principais pagadores de dividendos do Brasil.

“Isso indica que os bancos nunca foram tão atraentes na história recente quanto a distribuição de dividendos como agora, com o Itaú Unibanco e o Bradesco oferecendo o maior spread sobre os rendimentos dos títulos nos últimos dez anos e o Santander Brasil e Banco do Brasil desde 2015 e 2016, respectivamente, o que ilustra a atratividade do setor”, concluem.

As ações de Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco possuem recomendação outperform (desempenho acima da média do setor), com preços-alvo respectivos de R$ 68,00; R$ 46,67 e R$ 45. Já os papeis do Santander Brasil detêm recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 56.

(Por Gustavo Kahil e Valter Outeiro da Silveira)

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