Economia

Famílias ricas apostam US$ 31 trilhões em ética e sustentabilidade

16 set 2019, 11:35 - atualizado em 16 set 2019, 11:35
Deutsche Bank
Braço de gestão de patrimônio da instituição financeira tem acelerado sua estratégia de investimento de impacto em resposta à demanda dos clientes (Imagem: Money Times)

As famílias super-ricas estão cada vez mais incluindo sustentabilidade e ética nos princípios fundamentais de suas firmas de private equity, segundo Fabrizio Campelli, responsável global de gestão de fortunas do Deutsche Bank.

“Agora, os family offices estão colocando ESG em suas cartas de investimento”, afirmou, referindo-se à sigla para práticas ambientais, sociais e de governança. Alguns family offices na Califórnia precisam investir pelo menos 40% de seus ativos em ESG, disse.

As mudanças demográficas incentivam um aumento das atividades relacionadas a investimentos para combater as mudanças climáticas, a desigualdade ou simplesmente estimular empresas a operar de maneira mais sustentável.

Recursos sob gestão que incluem uma ampla definição dessa abordagem somavam US$ 30,7 trilhões no início de 2018, cerca de 30% a mais que dois anos antes, segundo relatório bancado por um grupo de empresas financeiras, que incluem a Bloomberg LP, controladora da Bloomberg News.

Family offices que colocam um prêmio para impacto e ESG incluem os do diretor de cinema James Cameron e de sua esposa Suzy Amis; Omidyar Network, do fundador do EBay, Pierre Omidyar, e Blue Haven Initiative, administrado por Liesel Pritzker e Ian Simmons.

Mais family offices devem integrar ESG e impacto à medida que millennials herdam fortunas. Os nascidos entre o início da década de 1980 e meados da década de 1990 devem herdar cerca de US$ 30 trilhões, segundo a empresa de pesquisa CB Insights.

O braço de gestão de patrimônio do Deutsche Bank tem acelerado sua estratégia de investimento de impacto em resposta à demanda dos clientes, adicionando classificações ESG aos ativos e mais fundos focados na área, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira.

O maior banco da Alemanha está transferindo recursos para a gestão de fortunas e realizando milhares de demissões em todo o mundo.

“Estamos fazendo isso porque os clientes estão pedindo”, disse Campelli, referindo-se ao programa ESG do banco de Frankfurt. “Não é preciso comprometer o desempenho dos investimentos. Estamos apenas ajudando a acrescentar um propósito.”