Faltam gatilhos relevantes para Rede D’Or (RDOR3) no curto prazo, diz Itaú BBA; ações desabam 6%
As ações da Rede D’Or (RDOR3) e da SulAmérica (SULA11) lideram as quedas do Ibovespa nesta quinta-feira (29).
Por volta das 11h55, os papéis das duas empresas caíam 6,72% e 6,67%, respectivamente.
O índice de referência da B3 (B3SA3) cai forte hoje também, seguindo o movimento dos mercados locais. Em Wall Street, Nasdaq derretia 3%, repercutindo os últimos dados macroeconômicos divulgados nos Estados Unidos.
A queda das ações das empresas do setor de saúde reflete a atualização das estimativas de Itaú BBA para a Rede D’Or.
Embora a recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado) tenha sido mantida, a instituição cortou o preço justo da ação da companhia, de R$ 45 ao fim de 2022 para R$ 41 ao fim de 2023, assumindo um crescimento menor de ticket médio no segundo semestre deste ano.
“As negociações de preços entre a rede hospitalar e seus pagadores devem tomar mais tempo do que estávamos antecipando”, avaliam os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio, em relatório publicado nesta quarta (28).
O BBA atualizou as estimativas de lucro líquido para 2022 e 2023, cortando as projeções em 22% e 23%, respectivamente (a R$ 1,14 bilhão e R$ 1,95 bilhão). O Ebitda esperado para 2022 e 2023 também foi reduzido em 8% e 10%, respectivamente, e agora está em R$ 5,57 bilhões e R$ 7,22 bilhões, seguindo a revisão baixista dos tickets médios e da queda mais gradual dos custos de materiais/medicina para níveis normalizados.
Embora o terceiro e quatro trimestres sejam sazonalmente mais fracos, o BBA espera que melhores negociações de preços de suprimentos com fornecedores comecem a dar frutos, mitigando a desalavancagem operacional. A instituição estima margens Ebitda de 26% e 24,8% para o terceiro e o quatro trimestre de 2022, respectivamente.
Curto prazo mais fraco, mas longo prazo positivo
Para o BBA, a ação da Rede D’Or é negociada a um valuation alto, de 31 vezes P/L (preço sobre lucro) para 2023, desconsiderando SulAmérica (e 23 vezes considerando SULA11).
Na avaliação dos analistas, faltam gatilhos relevantes para a ação da Rede D’Or no curto prazo.
A visão de longo prazo positiva, por outro lado, permanece intacta. O BBA destaca que a companhia oferece uma das taxas de crescimento de lucro líquido projetadas mais elevadas dentro do seu universo de cobertura de saúde.
O forte crescimento deve ser impulsionado por projetos greenfield (novos), brownfield (existentes) e fusões e aquisições, sendo a combinação de negócios com a SulAmérica a principal transação do momento envolvendo a empresa.
“Continuamos vendo a companhia apresentando uma impressionante CAGR (taxa de crescimento anual composta) de lucros (49% para 2022-26), com uma TIR (taxa interna de retorno) de três anos consideravelmente maior que o custo de capital”, dizem Figueiredo, Marquezini e Amancio.
E a SulAmérica?
O BBA continua otimista com a combinação de negócios entre Rede D’Or e SulAmérica, mas enxerga um cenário difícil para a segunda empresa no curto prazo.
De acordo com o banco, as adições líquidas provavelmente serão reduzidas por um ambiente macro mais desafiador no quarto trimestre de 2022 em diante e por um churn maior devido aos grandes ajustes de preços que estão sendo impostos.
“Além disso, a frequência anormalmente alta observada no sistema de saúde privado provavelmente desencadeará outro ciclo agressivo de alta de preços em 2023, visando a normalização da sinistralidade apenas em 2024″, completam os analistas.
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