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Falta de insumo ameaça soja apesar de Bolsonaro anunciar navios

27 abr 2022, 12:47 - atualizado em 27 abr 2022, 12:47
Fertilizantes
O tempo está se esgotando para obter as quantidades necessárias para plantar a gigantesca safra do país em setembro (Imagem: Reuters/Pascal Rossignol)

A maior safra de soja do mundo sofre a ameaça de falta de fertilizante. Novos dados mostram que embarques de insumos russos vitais para o Brasil estão em queda.

O número de novas cargas da Rússia para o Brasil cai apesar de o presidente Jair Bolsonaro anunciar na terça-feira que mais de duas dúzias de navios russos estão a caminho. Sanções e interrupções logísticas devido à guerra na Ucrânia causam o declínio.

Os embarques são críticos para o mundo porque a soja brasileira é usada em tudo, desde óleo de cozinha a ração animal, e um déficit de fertilizantes pode resultar em suprimentos menores.

O tempo está se esgotando para obter as quantidades necessárias para plantar a gigantesca safra do país em setembro. O aumento dos preços da soja pode repercutir em todas as cadeias mundiais de abastecimento de alimentos e exacerbar a inflação.

O Brasil está tão desesperado por fertilizantes que esse é um fator chave na postura neutra de Bolsonaro em relação à guerra de Vladimir Putin contra a Ucrânia.

“Adotamos uma posição de equilíbrio nessa questão conflituosa, não sobrevivemos sem fertilizantes”, disse Bolsonaro na terça-feira durante evento em Brasília.

Dados compilados pela Green Markets da Bloomberg mostram que os embarques estão em forte queda.

A programação de navios dos portos brasileiros mostra que os novos volumes de fertilizante russo caíram 58% nas últimas quatro semanas em comparação com o período anterior.

Tanto a Rússia quanto a Bielorrússia, que respondem por quase um terço das importações de fertilizantes do Brasil, estão sob sanções de nações ocidentais. Nenhum embarque da Bielorrússia foi adicionado à programação de portos desde o final de fevereiro, segundo Marina Cavalcante, analista da Green Markets.

As quedas “podem representar um risco para o fornecimento de fertilizantes no segundo semestre do ano”, disse Cavalcante em entrevista.

O Brasil importa mais de 85% do fertilizante que consome.

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