“Falcões” do Fed querem alta de 0,75 p.p. dos juros neste mês
Duas das autoridades do Federal Reserve mais conservadoras na política monetária disseram nesta quinta-feira ser a favor de outro aumento de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros na reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos deste mês, em vez de um ajuste maior que operadores correram para precificar depois de um relatório mostrar na quarta-feira inflação numa crescente.
Os comentários do diretor do banco central Christopher Waller e do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, atingiram seu objetivo.
Os mercados rapidamente reverteram o curso para refletir a preferência das autoridades, embora ainda atribuam cerca de 45% de chance de uma elevação total de 1 ponto percentual nos juros.
Waller e Bullard são conhecidos como dois dos mais vocais “falcões” do Fed. O termo costuma descrever autoridades de política monetária que preconizam maior cuidado com inflação, ainda que a custo de enfraquecimento da atividade econômica.
No Rocky Mountain Economic Summit em Victor, Idaho, Waller disse ser favorável a um incremento maior se os dados de vendas no varejo ou moradia mostrarem que a desaceleração na demanda é insuficiente para reduzir a inflação ou se as expectativas de inflação piorarem.
Mas, ele afirmou que “os mercados podem ter se antecipado um pouco ontem”.
Apesar da “forte decepção” causada pelo relatório desta semana, que mostrou inflação de 9,1% nos 12 meses até junho, um número “feio” era algo que ele já esperava e apenas consolidou a visão de Waller de que um movimento de 0,75 ponto percentual na taxa de juros seria apropriado ao fim da reunião de política monetária do Fed de 26 e 27 de julho.
“Você não quer, realmente, exagerar nos aumentos da taxa de juros.” Ele destacou que um aumento de 0,75 ponto percentual ainda é “enorme” e mostra que o banco central está comprometido a levar a inflação de volta à meta de 2% do Fed.
“Não diga que porque você não está indo para 1 (ponto percentual) você não está fazendo seu trabalho”, afirmou.
Já Bullard, em entrevista ao serviço de notícias japonês Nikkei divulgada nesta quinta-feira, também disse não apoiar um ajuste maior por enquanto.
“Até agora, enquadramos isso principalmente como 0,50 (ponto percentual) contra 0,75 nesta reunião”, afirmou Bullard. “Acho que 0,75 é muito válido.”
Questionado se a taxa básica, atualmente na faixa de 1,5% a 1,75%, poderia exceder 4% até o fim do ano, Bullard disse: “Suponho que seja possível”. Ele alertou, porém, que, para isso, os dados de inflação teriam de continuar chegando de “uma maneira adversa.”
Waller fez afirmações semelhantes sobre outros movimentos para além de julho com base nos indicadores e acrescentou que apoiaria a restrição da demanda com novos incrementos dos custos dos empréstimos até que o núcleo da inflação, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, comece a cair.
Como o mercado de trabalho está muito forte e os dados não mostram sinais de enfraquecimento, ele disse que uma “aterrissagem suave” para a economia norte-americana é “muito plausível” e uma recessão –atualmente inconcebível com a taxa de desemprego em 3,6%– pode ser evitada.
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