Política

Fake news e atos pelo fechamento de Poderes são risco à democracia para maioria dos brasileiros, diz Datafolha

29 jun 2020, 9:05 - atualizado em 29 jun 2020, 9:05
Fake News
Segundo o levantamento, 81% consideram que espalhar fake news coloca a democracia em risco (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

A disseminação de notícias falsas contra políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal e manifestações que pedem o fechamento do Congresso Nacional e do STF representam riscos para a democracia brasileiros na opinião da maior parte da população, mostrou pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda -feira pelo jornal Folha de S.Paulo.

Segundo o levantamento, 81% consideram que espalhar fake news coloca a democracia em risco, ao passo que para 17% não coloca.

Ao mesmo tempo, 68% veem as manifestações contra o Congresso e o Supremo como um risco à democracia, contra 29% que acham que esses atos não representam um risco.

O presidente Jair Bolsonaro já participou pessoalmente de manifestações favoráveis a seu governo e que também tinham cartazes pedindo o fechamento do Legislativo e do Judiciário, além de uma intervenção militar e da reedição do Ato Institucional nº 5, que marcou o endurecimento da ditadura militar no Brasil, com a cassação de mandatos, fechamento do Congresso e suspensão de direitos políticos.

Em um dos atos, realizado em frente ao quartel-general do Exército em Brasília, Bolsonaro discursou em cima da caçamba de uma caminhonete aos manifestantes.

Os atos antidemocráticos pelo fechamento do Congresso e do STF e a disseminação de fake news, além de ataques e ameaças a ministros da corte, são alvos de dois inquéritos separados que tramitam no Supremo.

O primeiro deles, sobre o financiamento a atos antidemocráticos, aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República, levou à prisão temporária de ativistas bolsonaristas.

No segundo, aberto por iniciativa do próprio Supremo para apurar ataques a integrantes da corte, apoiadores do presidente já foram alvos de operações de busca e apreensão.

O Datafolha ouviu 2.016 pessoas por telefone entre os dias 23 e 24 de junho. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.