Facebook (FBOK34) permitiu desinformação na rede social, diz ex-funcionária
Segundo informações do The Verge, o Facebook (FBOK34) é alvo de duas queixas na Securities and Exchange Commission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dos Estados Unidos.
A empresa teria enganado investidores permitindo que informações falsas circulassem na rede social sobre os temas mudanças climáticas e Covid-19.
As reclamações foram apresentadas pela Whistleblower Aid, entidade de advogados que representa a engenheira Frances Hughen, que trabalhava na empresa e que desde o ano passado divulgou uma série de documentos internos da companhia para o Wall Street Journal que indicariam irregularidades.
O vazamento ficou conhecido como Facebook Papers, analogia a outros vazamentos já conhecidos pelo público, como o Panama Papers e o Pandora Papers.
As informações sobre a primeira denúncia foram obtidas pelo jornal The Washington Post e trata sobre as fake news presentes na plataforma a respeito das mudanças climáticas.
Documentos indicariam, por exemplo, que um funcionário buscou “mudanças climáticas” na plataforma. No campo de resultados, em segundo lugar, aparecia um vídeo que promovia mentiras sobre o tema.
O vídeo, no caso, já tinha na época 6,6 milhões de visualizações.
A acusação também cita o Climate Science Information Center do Facebook, hub criado para promover informações confiáveis sobre mudanças climáticas, lançado em 2020.
Segundo o The Post, a denúncia mostra por meio de registros internos que poucos usuários conheciam a plataforma.
Já a segunda queixa trata sobre combate à desinformação cujo tema é a pandemia do coronavírus. Segundo monitoramento realizado pela Universidade Johns Hopkins, a doença já vitimou mais de 5,8 milhões de pessoas em todo o mundo.
Só no Estados Unidos, primeiro lugar no ranking, são mais de 935 mil óbitos.
O jornal diz que a denúncia cita um documento interno que mostra um aumento de 20% de informações falsas sobre a Covid em abril de 2020, além do aumento da presença de grupos anti-isolamento na plataforma.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já chegou a acusar o Facebook e outras redes sociais de “matar pessoas” por conta da desinformação que circula livremente sobre a doença e sobre a eficácia das vacinas.
Drew Pusateri, porta-voz da Meta, declarou em nota via e-mail para o The Verge que o Facebook encaminha mais de 2 bilhões de pessoas para canais com informações oficias de saúde pública, por exemplo, e que informações falsas sobre vacinas, teorias da conspiração e desinformação continuam sendo removidas do site.
“Não há soluções únicas para impedir a disseminação de desinformação, mas estamos comprometidos em construir novas ferramentas e políticas para combatê-la”, afirmou.