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Faça a cesta, Dinwiddie!

14 jan 2020, 11:01 - atualizado em 14 jan 2020, 15:19
spencer dinwiddie nba
Ontem, o jogador do Brooklyn Nets Spencer Dinwiddie lançou a tokenização de seu contrato com a NBA, permitindo que torcedores-investidores tenham vantagens e privilégios com a obtenção de seus tokens (Imagem: Money Times)

Estou convencido de que um dos principais “aplicativos matadores” (killer apps) de cripto que vão acontecer nos próximos anos será o acordo tokenizado de partilha de lucros (ISA, na sigla em inglês).

Um acordo tokenizado de partilha de lucros (ISA) é, simplesmente, a garantia de uma porção de seu futuro fluxo de renda.

Vendedores recebem dinheiro (ou serviços em espécie) logo de início, e depois concordam em pagar de volta uma porcentagem de seu rendimento ao longo de um período de tempo combinado.

Os instrumentos se tornaram populares no mercado de empréstimo estudantil nos EUA, já que são considerados menos arriscados ao emprestador do que nos títulos não descartáveis e tradicionais (Lambda School tem sido uma grande promotora de ISAs) enquanto oferecem bons lucros ao credor.

No Reino Unido, ISAs tiveram progresso ao ponto de agora serem aprovados e regulamentados pelo maior regulador financeiro do Reino Unido, FCA, Autoridade de Conduta Financeira, e muitos estão alavancando produtos de ISAs para custear formações de pós-graduação.

Apesar de ISAs estarem prontos para o crescimento explosivo no setor de educação nesta década, algumas versões iniciais — e de alto nível — vão, inevitavelmente, parecer com brinquedos.

Esse é um dos motivos pelos quais estou tão empolgado com o contrato tokenizado de Spencer Dinwiddie, da defesa do Brooklyn Nets, na NBA, uma oferta de US$ 13,5 milhões lançada ontem, 13, que irá garantir cerca de 40% do restante de seu contrato atual de três anos.

Além de oferecer algumas vantagens financeiras para investidores, a oferta inclui benefpicios para superfãs (os ricos investidores da oferta), como um convite para ser o acompanhante de Dinwiddie nos futuros fins de semana All Star da NBA.

É um ponto de partida simples e eficaz para impulsionar o perfil dos ISAs:

contratos de atletas profissionais são enormes, então é fácil alavancar liquidez e juros em instrumentos tokenizados;

geralmente, os contratos são fixados em duração: já que carreiras são relativamente curtas, o período de reembolso também é curto e, geralmente, os benefícios de emissão e investimento acumulam durante o mesmo período;

não existe um elemento “bonito” e não financeiro para apoiar ofertas de tokens para artistas, isto é, os superfãs que querem passar tempo com atletas (ou atores ou músicos) que admiram, mas nunca teriam a chance se não fosse por uma relação financeira.

Sou um comprador líquido de contratos tokenizados de atletas como um precursor à ampla adesão de ISAs.

Além disso, vejo os títulos de Dinwiddie meramente com os primeiros de um futuro conjunto de contratos de alto nível que alavancam uma tecnologia bem mais eficiente (cripto) do que as tentativas anteriores de estruturas parecidas em mercados tradicionais de valores mobiliários (Fantex).

Os tokens de Dinwiddie podem impulsionar uma nova forma de envolvimento de fãs, um que atende, num primeiro momento, beneficiários ricos, mas, em seguida, abre as portas para marcas  e indivíduos discretos para oferecer tokens “de marca” similares.

A ironia é que alguns compararam o conceito dos ISAs à forma moderna de trabalho escravo. Na verdade, ISAs parecem estar dando autonomia a Dinwiddie para ele dar o seu máximo na NBA.

Se contratos tokenizados de entretenimento forem bem-sucedidos, poderiam trazer a exposição necessária para um instrumento que pode ajudar uma nova geração de emprestadores a identificar alternativas para deficiência e dívida estudantil para a vida toda, além de equipar uma nova geração de freelancers a alavancar marcas pessoais na gigante economia global.

Parece um experimento válido. Faça a cesta, Dinwiddie.

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