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Fábricas de fertlizantes da Petrobras atraem interesse da Yara

03 ago 2022, 21:16 - atualizado em 03 ago 2022, 21:16
Fertilizantes
Antes um importante player no setor de fertilizantes, a estatal optou por sair do mercado em 2018 (Imagem: Pixabay/WFranz)

As últimas tentativas de vender duas unidades de fertilizantes da Petrobras (PETR4) estão atraindo o interesse de empresas, incluindo a gigante europeia de nutrientes agrícolas Yara International, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Antes um importante player no setor de fertilizantes, a estatal optou por sair do mercado em 2018, mas o processo de desinvestimento se mostrou desafiador.

Agora, há um interesse renovado depois que a guerra na Ucrânia interrompeu o fornecimento e impulsionou os preços para níveis máximos.

A lista de potenciais interessados nos ativos da Petrobras também inclui a CSN (CSNA3) e a fabricante russa de fertilizantes EuroChem, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões não são públicas.

A Petrobras e a Yara não comentaram. A CSN e a EuroChem não responderam imediatamente a um e-mail com pedido de comentários.

A Petrobras quer alienar ativos não essenciais para se concentrar na chamada região offshore do pré-sal, que detém suas maiores e mais lucrativas descobertas de hidrocarbonetos.

A petrolífera manteve conversas com a Yara por mais de um ano sobre a venda da Araucária Nitrogenados, usina conhecida como ANSA no estado do Paraná, disseram algumas das pessoas.

Visão geral mostra pilhas de resíduos na mina de potássio Belaruskali perto da cidade de Soligorsk, um dos insumos para fertilizantes
O aumento dos preços do gás, principal insumo para o fertilizante de amônia rico em nitrogênio, aumentou os custos de produção e reduziu parte da produção global (Imagem: REUTERS/ Vasily Fedosenko)

Mas na semana passada o conselho da Petrobras rejeitou por unanimidade uma oferta da empresa com sede em Oslo, disseram as pessoas.

Com capacidade de produção diária de 1.975 toneladas métricas de ureia e 1.303 toneladas de amônia, a ANSA foi desativada no início de 2020 após uma série de prejuízos desde sua aquisição em 2013.

A Yara ainda tem interesse na usina e a eleição de um novo conselho de administração na Petrobras, marcada para 19 de agosto, reabre as portas para uma aprovação, disse uma das pessoas.

O processo de desinvestimento da outra unidade, a fabricante de fertilizantes nitrogenados UFN-III no estado do Mato Grosso do Sul, foi retomado após a venda para a russa Acron PJSC ter sido abortada.

Na época, a Petrobras disse que o plano de negócios proposto impossibilitaria as aprovações governamentais para a transação.

Um requisito mínimo exigido do comprador é o compromisso de concluir as obras de construção do UFN-III, segundo prospecto de venda do ativo divulgado pela estatal.

Agora a UFN-III está atraindo o interesse da CSN, EuroChem e Yara, entre outras, embora nenhuma proposta tenha sido feita em um processo que ainda está em estágio inicial, disse uma das pessoas.

Em abril, o presidente da Unigel, Roberto Noronha Santos, disse à Reuters que a empresa brasileira também tem interesse na UFN-III.

Localizada na cidade de Três Lagoas, a UFN-III tem capacidade projetada de uréia de quase 20% do consumo percebido do Brasil em 2020, mais 2.200 toneladas de amônia por dia, com consumo de 2,2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

O Brasil é uma superpotência agrícola, com forte demanda por nutrientes dos produtores de soja e milho.

O aumento dos preços do gás, principal insumo para o fertilizante de amônia rico em nitrogênio, aumentou os custos de produção e reduziu parte da produção global.

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