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Fabricante de hambúrgueres Impossible Foods estreia produtos suínos “fake”

07 jan 2020, 7:13 - atualizado em 07 jan 2020, 7:15
Suínos Carnes Agronegócio
Produtos suínos usam a soja como ingrediente principal e contêm uma molécula com ferro que dá aos produtos a aparência e sabor de carne e que é feita a partir de um fermento geneticamente modificado (Imagem: Reuters/Daniel Acker)

A Impossible Foods, fabricante do hambúrguer homônimo à base de soja, está lançando dois produtos de carne de porco “fake” na conferência CES, em Las Vegas: Impossible Pork e Impossible Sausage, acirrando a concorrência com a Beyond Meat.

A Impossible, com sede no Vale do Silício, planeja distribuir cerca de 25 mil amostras na feira de eletrônicos de consumo esta semana. A salsicha vegana será lançada a partir do fim de janeiro em 139 restaurantes do Burger King e em cinco mercados de teste.

Assim como seu hambúrguer não bovino, ambos os produtos suínos usam a soja como ingrediente principal e contêm “heme”, uma molécula com ferro que dá aos produtos a aparência e sabor de carne e que é feita a partir de um fermento geneticamente modificado.

“O heme é o ingrediente mágico que dá todo o sabor da carne”, disse Laura Kliman, cientista sênior de sabor da Impossible. “Obviamente, o sabor da carne de porco é muito diferente da carne bovina – há menos heme na carne de porco. Segundo ela, o heme ainda é o principal ingrediente, “apenas em quantidades diferentes”.

Também existem grandes diferenças de textura que a empresa teve que levar em conta no desenvolvimento do produto.

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O heme é o ingrediente mágico que dá todo o sabor da carne, disse um cientistas sênior da empresa (Imagem: Facebook da Impossible Foods)

A carne de porco é mais macia e fresca que a bovina, disse Kliman. Embora os ingredientes para a carne de porco, salsicha e carne bovina sejam semelhantes, as formulações são diferentes.

A carne de porco foi desenvolvida com a participação de chefs de Hong Kong e Cingapura. A China, o maior país consumidor de carne suína do mundo, também é fundamental para os planos da Impossible.

“Nossa missão é global e, com 40% da carne consumida na Ásia, estamos muito focados em garantir que possamos entrar em grandes mercados como a China o mais rápido possível”, disse o diretor financeiro da Impossible, David Lee, em entrevista à Bloomberg Television. Ele disse que a empresa não tem uma data específica neste momento.

Com o maior interesse dos consumidores por alimentos à base de plantas, fabricantes do setor correm contra o tempo. A Beyond Meat, maior concorrente da Impossible, já possui produtos que imitam o sabor da carne bovina e suína no mercado.

Outras empresas, como a Nestlé, a Conagra Brands e até a gigante de produtos de carne de porco Smithfield Foods, lançaram produtos de carne fake.

A Impossível se diz comprometida com a missão de retardar a mudança climática: a pecuária representa cerca de 14,5% de todos os gases de efeito estufa produzidos pela atividade humana.

Embora a carne bovina e o leite sejam de longe os que mais contribuem, com 62% das emissões do setor, os porcos estão em segundo lugar, respondendo por cerca de 10%, segundo uma agência da ONU.

No entanto, a carne de porco é muito mais consumida: globalmente foram cerca de 120 milhões de toneladas em 2018, em comparação com 70 milhões de toneladas de carne de bovina, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

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