Exxon e Repsol querem explorar costa da Colômbia, diz ministro
Grandes petroleiras se preparam para explorar a costa da Colômbia, oferecendo esperança a um país que busca reverter a queda das reservas e da produção de seu maior produto de exportação.
A Royal Dutch Shell planeja perfurar este ano no Caribe, enquanto a Exxon Mobil, Repsol e a estatal Ecopetrol seguirão o mesmo caminho em 2022, disse o ministro de Minas e Energia da Colômbia, Diego Mesa, em entrevista.
“As empresas internacionais de petróleo estão mais focadas no potencial offshore”, disse Mesa. “Estão trabalhando para conseguir as plataformas para o próximo ano.” Porta-vozes da Exxon e da Repsol não responderam de imediato a pedidos de comentários.
A exploração de petróleo na Colômbia é parte de um esforço mais amplo de grandes petroleiras que operam na América do Sul em busca de enormes campos offshore, em contraste com a Europa, onde algumas das mesmas empresas reduziram os investimentos em petróleo no Mar do Norte para investir em energia renovável.
A perfuração em águas profundas está em alta no Brasil, Suriname e Guiana este ano, com o crescimento da frota de plataformas.
Embora empresas como a Petrobras (PETR4; PETR3) tenham encontrado petróleo e gás em águas profundas na Colômbia, nenhum dos campos iniciou produção ainda.
O sucesso de mais perfurações e desenvolvimento é chave para compensar o declínio da produção em campos de petróleo convencionais em terra que operam há décadas.
A produção diminuiu nos últimos meses em parte por causa de bloqueios em algumas das principais regiões produtoras de petróleo do país em meio a protestos contra o governo.
A produção caiu abaixo de 700 mil barris por dia na segunda semana de maio, o menor nível desde 2009. A produção média de petróleo em 2020 encolheu 12% em relação ao ano anterior, para 781.300 barris por dia.
Mesa espera recuperação da produção daqui em diante e uma média de 790 mil barris para o ano. O aumento dos preços do petróleo incentivou mais perfurações em terra, disse.
O país também tem 32 blocos onshore e offshore a serem ofertados este ano, incluindo “bacias de fronteira” no Pacífico. Mesa espera que entre 10 e 15 blocos sejam concedidos.
Leilões de energias renováveis
A Colômbia espera conceder contratos de energia renovável em outubro em projetos com pelo menos 5 megawatts de capacidade para abastecer usuários industriais e grandes empresas a partir de 2023.
Empresas locais como Celsia, Empresas Públicas de Medellín, Isagen, Grupo Energía Bogotá e multinacionais como EDP Renováveis, Enel Green Power e Électricité de France estão entre os principais investidores, disse Mesa.
O leilão faz parte de cerca de US$ 6 bilhões em projetos planejados para gerar 7 mil megawatts. A Colômbia também quer desenvolver uma indústria de hidrogênio verde e busca potenciais mercados de exportação.
“Há um interesse significativo de algumas empresas da Alemanha. Eles têm sido muito ativos na análise do potencial da Colômbia para fornecer hidrogênio verde”, disse Mesa.
O presidente da Colômbia, Ivan Duque, vai assinar uma lei nas próximas semanas para estender os benefícios fiscais para empresas que investem em fontes de energia renovável, incluindo hidrogênio e geotérmica.
Os benefícios incluem isenções de imposto de valor agregado para investimento em equipamentos, tarifas mais baixas e deduções de amortização mais rápidas.
Na próxima semana, a Colômbia concederá o primeiro contrato na América Latina para armazenamento em baterias em grande escala no valor de cerca de US$ 70 milhões. As baterias, com capacidade de 50 megawatts, serão utilizadas para apoiar linhas de transmissão, com tecnologia semelhante à da Tesla.
“A ideia é continuar a fazer isso com mais frequência, tanto para apoiar as redes quanto como complemento à energia renovável no futuro”, disse Mesa.